Júlia: Golden Birthday!

Bom dia meus queridos amigos,

Eu peço licença a todos vocês para poder tomar este espaço emprestado e escrever sobre a minha filhinha tão querida, Júlia. Celebramos nesta semana o seu aniversário. E talvez você me pergunta: “Fábio, por que Golden Birthday”?

Pois bem, quando a data do aniversário é o mesmo número da idade na qual você está festejando, chamamos de Golden Birthday. Por exemplo, a Júlia nasceu no dia 07 de fevereiro em Yokohama, no Japão. Portanto, ela fará 07 anos no dia 07 de fevereiro – Golden Birthday!

É hora de celebrar os 7 aninhos desta menina linda. Parabéns, Julinha!

Apesar da gravidez não ter sido complicada, a Johnna teve milhares de dificuldades para dar à luz. Morávamos no Japão. O primeiro desafio! Não tínhamos os nossos familiares para nos apoiar. O segundo enorme desafio.

A Sophia era pequena e eu não podia acompanhar a Johnna. Um terceiro, e gigante desafio. Conquanto nós dois já falávamos o idioma, sempre falávamos japonês para o nível de comunicação, portanto estávamos automaticamente abaixo de qualquer tentativa de comunicabilidade técnica: no caso um hospital e um vocabulário para além do nosso conhecimento. Um desafio quase que intransponível!

Você pode imaginar a dependência que tínhamos de alguns amigos que nos cercavam? Você pode imaginar a dependência total e absoluta dos profissionais que se tornaram “anjinhos” neste processo?

E mais ainda, no Japão tanto quanto nos Estados Unidos, primeiro existe uma tentativa por parte dos profissionais da saúde de trabalhar com a mãe dentro de um possível parto natural, e depois, quando todas as alternativas se esgotam, a opção é a cesariana tão comum no Brasil.

Ora, para resumir a longa jornada da Johnna posso dizer que ela passou por todas as tentativas possíveis e imagináveis nas intermináveis 26 horas frustrantes. Nada de parto normal. Finalmente me chamaram. Já era alta madrugada. Eu estava com a Sophia que dormia. Eu tive que assinar páginas e páginas. Não entendia, compreendia e nem queria compreender uma sentença sequer. A Johnna apenas dizia: “Assina, assina!” Era uma autorização para tal cesariana. Enfim, a Júlia nasceu saudável e forte.

Enquanto celebramos nesta semana mais um ano de vida da nossa filhinha cheia de energia e com um senso de humor contagiante, eu estou aqui pensando quantas vezes eu e você nos sentimos impotentes no chão desta existência.

Você já teve esta sensação? Você já se sentiu sozinho e sem saber para onde ir? Você já teve uma sensação de ter tudo fora de controle e alguns “anjinhos” cruzarem a tua jornada para te animar, orientar, estar presente em um momento de profunda dor e confusão?

Você consegue olhar para trás e se lembrar de gente que apareceu do “nada” na tua jornada e te deu um abraço, trouxe uma palavra de encorajamento na hora certa e no lugar certo? Eu estou certo que você se lembra de momentos assim.

Sou grato a Deus pela vidinha linda e cheia de energia da Júlia. Sou grato a Deus pela coragem extraordinária da minha esposa tão querida, Johnna. Sou grato a Deus por algumas pessoas que ainda tenho contato e participaram daquele dia, daquela hora, e foram “anjinhos” para nós. Sou grato a Deus por todos aqueles que simplesmente, passaram…

Não sei os seus nomes, não sei os seus endereços, não sei tampouco quem eles são, mas sou grato a Deus pelo carinho humano, atenção professional e participação imprescindível que cada um deles tiveram no nascimento da nossa filhinha tão linda e tão amada, Júlia Christine.

Parabéns Julinha!

Collonges-au-Mont-d’Or

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