Estamos vivendo momentos de intensa mudança comportamental que trazem para nosso cotidiano palavras que antes não conhecíamos. O mundo mudou!
Falamos da geração millennial, aquelas pessoas que, como meus filhos, nasceram entre 1980 e 1995 e possuem um modo de viver e pensar totalmente diferente do meu. Faço parte da geração Baby Boomer que cresceu ouvindo dizer que deveríamos estudar e trabalhar muito para conseguir comprar a casa própria, o carro, ter estabilidade no emprego ou sucesso na nossa empresa.
Tenho 2 filhos, um administrador de empresas de 29 anos que morou na Austrália e uma arquiteta de 25 anos que morou em Firenze, ambos são mochileiros pelo mundo afora, destemidos e questionadores. Trabalham em empresas que, como eles, têm um propósito, uma missão. Eles acreditam que podem transformar o mundo num lugar melhor.
Uma vez pedi para meu filho explicar o trabalho dele e a resposta que obtive foi que ele ajudava as pessoas a conquistarem seus sonhos, simples assim! Ele também trabalha em outra empresa e percebo horários flexíveis, liberdade de ação e conectividade.
Minha filha fala em sustentabilidade, economia criativa, consumo consciente e por causa dela sou capaz de viajar para o exterior e voltar sem ter comprado nada, afinal, as lembranças permanecerão na minha memória, não em fotos , roupas ou objetos.
A vida deles parece mais leve, mais fácil de ser vivida, com mais verdade e menos aparência, uma essência minimalista.
Na arquitetura das novas moradias os espaços parecem menores e mais coloridos, integrando as áreas em continuidade, sem barreiras de paredes, vãos livres que refletem o novo estilo de vida.
Os hábitos de consumo são diferentes, as viagens ocupam um lugar primordial na vida, bem como o conhecimento de outros idiomas e culturas, os millennials falam de países e cidades que nunca ouvi falar e de experiências inacreditáveis como alimentar monges e visitar campos de arrozais.
Toda esta introdução foi para alardear que o empreendedorismo, assim como as pessoas, está mudando, falamos em ecoempreendedorismo, empreendedorismo social, empresas com core voltado para a responsabilidade social e ambiental, impacto social, políticas inclusivas, energia renovável e por aí vai.
Perguntada sobre o que é ecoempreendedorismo, minha amiga respondeu que é uma modalidade de negócio inovadora, uma atividade profissional preocupada com questões como a conservação do meio ambiente. Ela preside uma ONG no litoral norte de São Paulo e coordena um projeto que envolve toda a população com ações de capacitação e produção de produtos locais. A Andree ajuda as pessoas a encontrarem seu talento e desenvolver produtos, criando uma rede de ecoempreendedores.
Empreendedorismo social é diferente de assistencialismo pois trata de uma modalidade de negócio lucrativo que gera desenvolvimento e melhoria na sociedade. Quer um exemplo? Olhe no seu armário e veja quantas meias que só tem um pé, é como se existisse um buraco negro na sua máquina de lavar que engole um pé de meia e deixa o outro, o que fazer? Descobri uma empresa que coleta essas meias e as transformam em cobertores para serem distribuídos para comunidades carentes. Imagine se a empresa pagasse um valor para as mulheres desta comunidade confeccionarem os cobertores, elas teriam uma renda própria e usariam os produtos! Indo mais além, e se elas criassem uma cooperativa e além da distribuição local pudessem vender cobertores para outros mercados? Economia circular e sustentável!
Outro termo muito usado atualmente é o core da empresa, literalmente o coração, o que impulsiona… encontramos modelos de empresas cuja finalidade não é social mas que buscam ações que as identifiquem como geradoras de impacto social. Cito o exemplo de uma rede de supermercado que tem um projeto de saúde e bem estar para os funcionários e oferece nutricionista, treinador e academia para que seus funcionários participem de maratonas e pratiquem esportes.
Para falar de impacto social, pergunto para você porque precisamos de mais mulheres empreendedoras? A diversidade de gênero é o motor de crescimento, as mulheres são responsáveis por decisões na hora da compra, mas também são sensíveis e criativas como empreendedoras. Deixamos de pensar nas limitações e acreditamos nas possibilidades, buscamos linhas de microcréditos, não tememos o fracasso, mas também não temos medo do sucesso! Sem dúvida, a diversidade de gênero contribui para um mundo melhor .
Políticas Inclusivas dentro das empresas implicam numa mudança de pensamento, na percepção que podemos conviver e trabalhar de forma digna e respeitosa. Conheço um restaurante que trabalha com chefs especiais, portadores de síndrome de Down e a história começou porque o proprietário se dispôs a abrir vagas mesmo sem imaginar o resultado. Foi e continua sendo um aprendizado, uma lição de vida inspiradora! Se você puder, visite o local e quando pedir um café vai ganhar um abraço!
Energia renovável é outro termo muito utilizado atualmente, passamos um longo tempo depauperando nosso planeta sem fazer nada para compensar esta destruição, portanto, agora é hora de implantar novas soluções tecnológicas oriundas de recursos naturais, de fontes que podem ser reabastecidas como o sol, vento, água e geotérmicas.
É, o mundo está mudando e nós precisamos acompanhar, reaprender, redefinir nossa escala de valores, repensar o que realmente importa, jogar fora o supérfluo, desocupar espaços, se reinventar! Prepare sua mala e viaje, conheça lugares, pessoas e novas profissões.
Apoie as mulheres empreendedoras, elas lutaram muito para abrir seu próprio negócio, sempre que puder adquira produtos e serviços de empresas lideradas por mulheres, converse com elas, você vai descobrir que passam pelos mesmos problemas, medos e dúvidas, igualzinho a você.
Precisamos nos fortalecer através de uma união verdadeira, sem competição, mas com cooperação. Vamos conquistar mais espaços, abrir novas oportunidades, torcer pelo sucesso de todas.
“Sozinhas invisíveis, juntas invencíveis.”