Como definir o que é caro ou barato na hora de comprar um produto ou serviço?
O leitor pode dar a seguinte resposta:
“Lordello, depende da condição financeira da pessoa no momento da efetivação do gasto”.
Entendo que a melhor resposta não é essa em razão dos motivos que passo a expor. Recentemente, um amigo precisava ir a um médico otorrino em virtude do acúmulo de cera no ouvido. Ele pesquisou vários consultórios e encontrou preços de consulta que variavam de R$ 100 a R$ 400. Acabou escolhendo o menor. Perguntei se porventura ele tivesse um problema grave de saúde optaria por médico que cobrasse R$ 100 ou R$ 400? A resposta foi surpreendente:
“Há um ano tive fortes dores no peito; suspeitei que fosse algo grave no coração. Fiquei apavorado e me consultei com um médico excelente, recomendado por uma amiga; paguei pela consulta R$ 800”.
Como o leitor decide quanto gastar para presentear alguém que vai fazer aniversário? Se for o coleguinha da escola de seu filho, acredito que entre R$ 50 a R$ 80 está de bom tamanho para adquirir uma lembrança, mas se o aniversariante for alguém que você deve um grande favor, é claro que cabe gastar muito mais.
A porca entorta o rabo quando surge a necessidade de se contratar um profissional para resolver problema de maior complexidade na residência, empresa ou condomínio, por exemplo. Normalmente, o processo de cotação busca identificar o preço mais convidativo, ou seja, o mais baixo.
Em contraponto a esse tipo de raciocínio, que entendo ser completamente equivocado, apresento a seguinte afirmação para reflexão:
“Se você acha caro o valor cobrado por profissional gabaritado, é porque não faz ideia de quanto custa um incompetente”.
A experiência mais que comprova que corrigir erros é muito mais caro que fazer bem feito, mesmo se for a um preço elevado.
Também muito complicada é a situação na qual o funcionário gasta mal e errado recursos da empresa. Ele pode perder o emprego e até sofrer os efeitos de uma ação indenizatória por danos morais e materiais em virtude de buscar economia de forma inconsequente e por se omitir de sua obrigação de zelar pela qualidade do serviço a ser prestado.
O bom, bonito e barato, só existe em filmes ou no mundo da fantasia.
Na vida real, o valor de um produto ou de um serviço não é quantificado pelo preço cobrado mas sim pelas qualidades apresentadas pelo fornecedor, principalmente quando a necessidade é relevante.