Fazer o bem ou ajudar alguém aguardando retribuição, reconhecimento ou gratidão, tem causado momentos decepcionantes na vida de muitas pessoas. O sentimento de que deve haver reciprocidade e de que alguém lhe deve algo pela razão de ter ajudado esta pessoa um dia, é algo que está em sua cabeça, e não na cabeça da outra pessoa.
Quem recebe o bem esquece rápido e quem fez não deve pensar em lembrar. Escreva na areia tudo que fizer por alguém, tudo mesmo e não crie expectativas de como a pessoa que ajudou deveria agir em relação a você, se fizer isto vai se decepcionar e muito. Ninguém te deve nada pelo que fez por alguma pessoa, este é uma visão equivocada da pratica do bem. O bem sempre encontra o caminho, mas ele tem de ser etéreo, dissolver-se no universo assim que for praticado.
Deixe de sofrer ou se remoer por supostas ingratidões que foram criadas por sua própria visão de relação com pessoas. Jesus cura 10 leprosos na Samaria a caminho de Jerusalém, apenas um Leproso volta para agradecer. Ao vê-lo de joelhos agradecendo Jesus indaga: “não foram dez os curados? E onde estão os outros nove?.” Talvez ao longo de sua vida uma pessoa entre tantas que ajudou ou ajudará te agradeça, mas a grande maioria não o fará e isto não pode afligir sua conduta, seus sentimentos ou lhe causar remorso, ou mesmo afastar de você o instinto de auxilio ao próximo.
Não ajudamos os outros pelos outros, mas por nós mesmos, para criar uma sintonia do bem em nossa consciência e nossa conduta, que nos aproxima de sermos profundos contribuidores na melhora do mundo. O mundo pode não melhor com nossa ajuda, mas o espaço de vida que ocupamos certamente sofre mutação nutritiva. Seja uma pessoa boa e humilde, mas não se deixe humilhar, não permita que seus princípios de bondade sejam abalados pelo não reconhecimento de suas atitudes, tudo que fizer, faça por você.
