Um belo dia você encontra alguém, sente que ali pintou um clima e pronto, já está se relacionando.
Um belo dia você conhece a família da pessoa que está se relacionando e pensa que será superlegal, todos devem ser como ela, vou ter outra família.
Nem sempre!
Pode ser que sim e pode ser que não, por isso prepare sua paciência e seu poder de engolir sapos, cobras e lagartos.
Estes dois comportamentos são capazes de manter você com sua pessoa, de uma maneira mais pacífica, isto não quer dizer que será muito pacífica.
Olhe para sua sogra, assim será a mulher que escolheu pelo menos em 60%, olhe para seu sogro, assim será o marido que escolheu pelo menos em 70%.
Não que seja algo que escolhemos, pense bem, fomos criados por aquelas pessoas, é normal que tenhamos herdado delas um sistema comportamental, que durante algum tempo exerça influencia em nossas atitudes e o nosso jeitão de ver as coisas.
Homens são criados quando criança 80% por mulheres e mulheres 80% por mulheres. Se as mães melhorarem, os homens do futuro serão o que realmente as mulheres esperam.
Somos um reflexo do meio que nos dá afeto, temos nossos “petis”. Quanta gente poderia ser feliz se morasse numa ilha com sua cara metade. Mas não é bem assim. Quando se tem um relacionamento com alguém, todo o círculo de influência desta pessoa está indiretamente exercendo influência sob ela.
Quando se coloca uma ferradura num cavalo, quem a coloca antes de bater no cravo, dá uma batida na ferradura e depois no cravo, para não assustar muito o animal. No meio diz-se:“uma no cravo e outra na ferradura”.
Bater de frente com família de sua cara metade é como mostrar uma foto de um cilindro de oxigênio para uma pessoa que está se afogando. Imagine só: pai, mãe, irmãos, irmãs… Eis ai um outro esquadrão de frente que talvez não tenha resolvido nem suas diferenças internas e chega você de origem tribal diferente, querendo ter razão em alguma coisa. Meu amigo, minha amiga, pense bem se realmente vai conseguir.
Quando se escolhe alguém, não se escolhe a família, mas a pessoa que tocou seu coração. Tem muita gente que me escreve dizendo que vai se separar em razão do sogro, da sogra, dos irmãos da outra parte, e olha, são muitos que realmente separam-se. Unir tribos de diferentes regiões não é tão simples, requer respeito aos limites de cada um e muita cautela na conduta.
Não se deve dar tanto poder aos familiares da outra parte, o poder maior tem de estar em seus sentimos em relação à pessoa que está convivendo, ela é sua meta, a família pode ser ou não um complemento de relação a dois. Se for, parabéns, preserve, se não for, preserve-se.
Entenda também que algumas famílias carregam uma influência daquelas pessoas que as originaram e no passado nem tudo era um mar de modernismo como hoje, as pessoas ficavam noivas e só ficavam depois de casadas. Às vezes é muito difícil também para um pai e uma mãe tentarem compreender como a pessoa ideal para seus filhos não chegou antes de você.
Aceite esta convivência repleta de desafetos, diferenças e raros momentos de alegria, mas não transfira para a pessoa que ama, problemas relativos a sua família ou a dela. O mesmo poder que uma família tem para unir um casal, ela tem em triplo para separar.
Talvez quando o criador tentou expulsar Adão e Eva do paraíso, parou e pensou melhor. Voltou atrás e disse: eu não vou expulsá-los do paraíso, vocês podem ficar, mas vou condená-los a viver eternamente em família.
É importante utilizar a força da família para harmonizar as coisas, fortalecer os elos, criar raízes e acreditar que o amor pode vencer se tiver à família como uma forte aliada. Seu relacionamento no futuro vai gerar uma família, somos um reflexo daquilo que aprendemos consciente ou inconscientemente, para sermos melhores amanhã, é necessário sermos melhores hoje.
Nossa história é escrita com as letras de nosso próprio punho, com as palavras de nossa própria boca, com o brilho de nosso olhar e com os sentimentos de nosso coração.
Existem coisas muito difíceis de serem praticadas num relacionamento, mas são extremamente necessárias.
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