Regina Pitoscia: Entenda mais sobre o home office, o “novo normal”.

O “novo normal” pode ganhar vários significados em tempos de pandemia. Em relação à saúde pode estar ligado ao distanciamento social, à adoção de hábitos mais rigorosos em relação à higiene, ao afastamento de lugares fechados e com circulação de muitas pessoas, pelo menos enquanto não existir um tratamento eficaz ou uma vacina contra a Covid-19.

Quando o assunto é trabalho, o novo normal refere-se ao home office. Palavra em inglês que na tradução literal significa escritório em casa e se popularizou com a chegada da doença. O conceito refere-se ao profissional que pode exercer suas funções de forma remota, à distância, de algum lugar que não o espaço convencional dentro de uma empresa. Pode ser de casa mesmo, mas também de um café, de estações coletivas de trabalho (coworking), e assim por diante.

O modelo não chega a ser uma novidade. Surgiu nos Estados Unidos no início da década de 1990, quando computador, internet e celular se popularizaram. A rede e o telefone móvel possibilitaram a realização de tarefas de diferentes locais onde houvesse conexão. No Brasil, chegou alguns anos depois, entre 1997 e 1999.

Em 2017, o formato de trabalho foi previsto em lei, a de nº 13.467, com o nome de Teletrabalho. Nesse período de 20 anos, o desenvolvimento das redes de internet e de celular avançaram no País possibilitando a adoção do home office que, mesmo assim, não apresentou uma rápida expansão.

Parece ter sido a quarentena a grande oportunidade para que patrões e empregados pudessem experimentar em larga escala os prós e os contras do trabalho remoto. E a julgar pelo resultado de pesquisa feita entre abril e maio deste ano pela Workana, maior plataforma que conecta profissionais freelancers a empresas da América Latina, o índice de aprovação por ambas as partes é bem elevado.

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Nada menos que 94,2% dos profissionais com carteira assinada gostariam de continuar trabalhando em home office após a pandemia, e 96,7% afirmaram que o benefício desse esquema será um diferencial na hora de escolher a empresa onde trabalhar. Para 91% dos entrevistados o teletrabalho permite ter foco em resultados e cumprir todas as tarefas, sem ter horários rígidos dentro de um escritório, ou perder horas no deslocamento de casa ao trabalho.

Os gestores parecem também satisfeitos com a prática: 84,2% se dizem propensos a adotar o trabalho remoto e acreditam que o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é um aspecto que terão de priorizar, aceitando a flexibilização de horários.

Para o diretor da Workana no Brasil, Daniel Schwebel, esses números altos e positivos sobre o home office mostram que os trabalhadores provaram uma nova realidade, e gostaram. “As pessoas têm se atentado mais à qualidade de vida, à importância de estar em um ambiente confortável, junto à família, e com mais liberdade”. Ele reconhece, no entanto, que existem ainda dificuldades em se abandonar padrões antigos de ambientes de trabalho controlado, o que de certa forma mantinha todos “em uma zona de conforto”.

Ao que tudo indica, nesse novo molde, as regras tendem a ser mais flexíveis, com maior autonomia do empregado, em que o sucesso das tarefas será medido pelos resultados entregues e não pelas horas trabalhadas. A comunicação deverá ser mais transparente para que o funcionário possa estar alinhado com os objetivos da empresa, mesmo à distância. E para que a experiência seja positiva e eficiente, os setores de TI das empresas terão de dar uma resposta à altura do desafio, oferecendo as melhores soluções em conectividade.

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Regina Pitoscia

 

Imagem: Freepik

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