Antes de mais nada é preciso entender que a dependência afetiva é considerada um transtorno psicológico emocional, caracterizado por comportamentos aditivos basicamente em relacionamentos amorosos.
O mesmo consta dentro do catálogo internacional de doenças (CID), também chamado de amor patológico e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, DSM-5, como transtorno aditivo.
Uma das características principal do dependente afetivo é o medo da solidão do abandono, de ser traído o medo da separação, por isso, essas pessoas depositam todas as suas expectativas em cima de um parceiro, se anulando e não se percebem em um relacionamento nocivo, pois acreditam que não é capaz de viver sem a pessoa que tanto venera.
O medo da perda de afeto e carinho é tão intenso, que chega a somatizar, potencializar internalizar e desenvolver sintomas físicos e psíquicos, isso acontece porque geralmente essas pessoas cresceram dentro de um ambiente familiar disfuncional, no qual recebeu pouco ou nenhum afeto e carinho quando criança.
Este tipo de relacionamento chega a ser abusivo, pessoas com estas características ao longo da vida tiveram seus desejos reprimidos e oprimidos, com isso confundem dependência afetiva com amor e acabam sufocando o parceiro e interferindo na auto estima do outro.
Sem contar que pessoas dependentes emocionais, são capazes de se doar tanto ao relacionamento, que quando se separam, passam a vivenciar a separação como um luto em vida, levando-o a depressão, ansiedade e até mesmo suicídio.
Essa tal dependência é muito parecida com a dependência química, por isso o nome aditivo, pessoas neste estado de desequilíbrio entram em abstinência emocional, parecido com a dependência química, apresentam sintomas como taquicardia, dor no peito, sudorese, insônia, perda de pesa entre outros, pois sofrem demais e o tempo todo sente que vai morrer por falta do parceiro.
Alguns devem estar se perguntando, mas não é normal sofrer quando se rompe um relacionamento? Sim é normal, porém o anormal é se apegar ao vínculo amoroso como sendo único e exclusivo, ao ponto de deixar que tal sentimento de perda afete sua vida e rotina diária, levando a um estado de tristeza e melancolia profunda, impedindo-o até de realizar pequenas tarefas.
Geralmente vivem na dependência da aprovação do seu parceiro, suas escolhas são abafadas e passam a se modelar conforme o desejo do do outro, buscando sempre um olhar de aprovação para tudo.
Como se apresentam sendo um ser inseguro, afasta o parceiro dos amigos e da família, por achar que suas atividades devem ser feitas em conjunto, não permite ao outro ter uma vida social, vão e voltam com a mesma pessoa várias vezes, por depender do afeto fracassado.
É preciso manter o equilíbrio emocional e mental, caso se perceba refém do seu próprio sentimento como citado acima, procure ajuda terapêutica médica e psicológica, somente profissionais capacitados, são capazes de elaborar um plano de manejo terapêutico para reestabelecer o afeto e o real sentimento chamado amor próprio.
Embora pareça que não, este tipo de dependência é comum, quem está dentro deste tipo de relacionamento não o enxerga como dependente, em muitos casos, só percebem a dependência quando os laços afetivos são rompidos.
Sueli Oliveira
A Psicóloga
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