Depressão e Suicídio

Depressão e Suicídio
Créditos: CLDF

A depressão é uma doença que pode gerar condições que levam a um padrão de comportamento suicida. Ela afeta milhares de pessoas, muitas sem diagnóstico. A depressão está relacionada a mais da metade das tentativas de suicídio, muitas vezes sendo silenciosa e não percebida pela própria pessoa ou por seus familiares e pessoas próximas. 

 

Apesar de vários transtornos mentais estarem associados ao suicídio, os quadros que mais se destacam são os de depressão e de outras doenças onde a depressão está presente, como é o caso do transtorno bipolar. A falta de informação e esclarecimento sobre os riscos de comportamento autodestrutivo, tanto por parte dos familiares quanto dos próprios profissionais de saúde, resulta em um grande descompasso entre as necessidades daquele que apresenta ideação suicida e a ação das pessoas ao seu redor. Isso acaba por diminuir as chances de evitar o ato suicida. 

 Mudanças de Comportamento

Mudanças de comportamento, isolamento social, ideias de autopunição, verbalizações pessimistas ou de desistência da vida, além de comportamentos de risco, podem ser sinais de um pedido de ajuda. O comportamento suicida está frequentemente associado à impossibilidade de o indivíduo identificar alternativas viáveis para resolver seus conflitos, optando pela morte como uma forma de fuga da situação estressante. Detectar e tratar adequadamente a depressão reduz as taxas de suicídio. 

Estatística Brasileira

No Brasil, 24 pessoas morrem diariamente por suicídio, embora essa informação muitas vezes não seja amplamente divulgada. O impacto do suicídio acaba sendo ofuscado por homicídios e acidentes de trânsito, que superam em média o número de suicídios em seis e quatro vezes, respectivamente. Estima-se que a depressão afete 121 milhões de pessoas, e menos de 25% dos deprimidos têm acesso ao tratamento adequado. Calcula-se que entre 5% e 10% da população mundial já tenha sofrido ao menos um episódio de depressão ao longo da vida. 

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Em geral, o sofrimento emocional em nossa sociedade é carregado de estigma. As pessoas têm vergonha de admitir suas angústias e aflições, e de expressar que passam por seus pensamentos a ideia de que a morte seria um alívio para o sofrimento. Esse sentimento de fuga mágica dos conflitos costuma ser escondido ou camuflado, o que dificulta ainda mais o acesso a essa pessoa e o oferecimento de ajuda especializada. 

 

Apesar dos avanços da medicina na identificação dos transtornos mentais, a sociedade ainda manifesta preconceito. Segundo pesquisas, apenas 30% dos deprimidos procuram ajuda. O acesso à informação sobre saúde mental, o alto custo dos medicamentos e das terapias, os tabus sociais em torno da morte e do suicídio, falhas na formação de médicos em relação à saúde mental e a falta de especialistas na área no serviço público são alguns dos principais obstáculos para que pessoas com transtornos mentais recebam tratamento adequado. 

 

A prevenção ao suicídio é de suma importância no enfrentamento dessa problemática na sociedade moderna. Sabe-se da importância da avaliação dos fatores de risco (impulsividade, agressividade, retraimento, falta de suporte social) e dos fatores de proteção (presença de suporte social, estratégias de enfrentamento, mecanismos de coping) para um melhor manejo do paciente suicida, o que exige uma abordagem diretiva, complexa e multidisciplinar. 

 

O suicídio é um fenômeno complexo e multidimensional, envolvendo elementos biológicos, psicológicos (conscientes e inconscientes), interpessoais, sociológicos, culturais e existenciais. Diversos fatores estão associados ao risco de suicídio, incluindo doenças mentais, uso de drogas e álcool, além de fatores socioeconômicos. Circunstâncias externas, como eventos traumáticos de perda, separação, luto ou falência financeira, podem desencadear o suicídio, mas não parecem ser causas independentes, sendo parte de uma crise individual de difícil resolução. 

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