Por que você se atrai por relações destrutivas?

Por que você se atrai por relações destrutivas?
Créditos: O Dia

O que a Constelação Familiar tem a ver com isso?

Você já parou para pensar por que, de repente, se vê em um relacionamento problemático de novo e de novo? Por que, às vezes, parece que você só atrai pessoas alcoólatras, agressivas ou casadas, mesmo sabendo que isso vai te machucar? A explicação pode estar em algo que você nem percebe: as dinâmicas familiares inconscientes.

Parece complicado? De fato, é. Mas não se preocupe, vou te explicar de uma forma mais simples. A ideia principal é que somos muito mais influenciados pelos padrões familiares do que imaginamos. Em muitos casos, essas escolhas que fazemos, mesmo sem querer, estão ligadas a histórias não resolvidas na nossa família — histórias que a gente carrega sem nem perceber.

O que são essas “lealdades familiares” que nos prendem?

A Constelação Familiar, uma abordagem criada por Bert Hellinger, tem algo interessante a nos dizer sobre isso: todos nós carregamos uma espécie de “compromisso invisível” com nossa família. Mesmo que não percebamos, esse compromisso pode nos levar a repetir padrões e buscar pessoas que nos façam reviver situações familiares antigas. Sabe aquele relacionamento em que você sempre sente que precisa “salvar” o outro? Ou aquele que parece repetir o padrão de uma dor do passado? Então, é disso que estamos falando.

A questão é que, de forma inconsciente, nos tornamos leais a coisas que não foram resolvidas na nossa história familiar. Se a sua mãe sofreu muito com um parceiro agressivo ou viciado, por exemplo, é possível que você, sem querer, se atraia por relacionamentos com as mesmas características — como uma tentativa de “reparar” ou “resolver” esse problema do passado. Isso não é uma escolha consciente.

É mais como um padrão emocional que fica gravado dentro de nós, sem que saibamos de onde vem.

Mas, por que essas escolhas acontecem, meu Deus?

Bem, a verdade é que a nossa vida emocional não é feita só de escolhas racionais.

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Acreditamos que escolhemos o tempo todo racionalmente, mas estudos sérios de neurociência mostram que não.  Tem muito do que vivemos dentro da nossa família (mesmo sem perceber) que influencia nossas decisões.

Quando algo não foi resolvido na nossa família — como um trauma, uma dor ou uma perda —, acabamos nos sentindo ligados a essas situações. Por isso, mesmo sem querer, nos atraímos por parceiros que repetem esses padrões.

Imagine que na sua família, um avô sofreu muito por causa de um vício, ou alguém morreu cedo e não teve um desfecho positivo na vida. Pode ser que, inconscientemente, você busque se relacionar com pessoas que têm algum tipo de problema ou sofrimento similar. Isso, no fundo, está ligado à vontade de “fechar essa história”, de tentar trazer algum tipo de equilíbrio que nunca foi alcançado. Às vezes, é como se, ao viver uma situação parecida, a gente tivesse a chance de “corrigir” o erro do passado, entendemos como lealdade.

A busca por identidade dentro da família

Além disso, tem um outro aspecto importante: a necessidade de pertencimento. Todos nós, desde pequenos, buscamos nosso lugar dentro da nossa família, e muitas vezes fazemos isso de maneira inconsciente. Isso pode nos levar a buscar pessoas que têm histórias parecidas com as da nossa família — por exemplo, se você cresceu com um pai ausente ou com a sensação de que sempre teve que cuidar dos outros, pode se atrair por relacionamentos onde o parceiro precisa de ajuda o tempo todo. Você, de forma inconsciente, sente que “precisa salvar o outro” para se sentir útil, para se sentir parte de algo.

Você pode estar se perguntando: “Mas por que eu me deixo cair nessa armadilha de novo e de novo?”

A resposta tem muito a ver com o que Bert Hellinger chama de “lealdade oculta” à nossa família. Mesmo que a relação que você tenha com o seu pai, sua mãe ou seus avós tenha sido complicada, ou até dolorosa, você pode estar inconscientemente buscando de alguma forma “reparar” ou “honrar” aquela história — mesmo sem querer.

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Quando isso acontece, nos atraímos por parceiros que, de alguma maneira, repetem aquelas dores e dramas. Isso cria um ciclo que, muitas vezes, é difícil de quebrar.

O pior de tudo é que não temos consciência de que estamos repetindo esses padrões. A gente pensa que é uma escolha nossa, mas, na verdade, está sendo guiado por forças muito mais profundas do que imaginamos.

Como sair desse ciclo?

A boa notícia é que podemos sair desse ciclo. A Constelação Familiar é uma das ferramentas poderosas que nos ajudam a reconhecer essas lealdades inconscientes e padrões familiares, para que possamos romper com eles.

Através de uma abordagem terapêutica, podemos trazer à tona essas histórias não resolvidas e entender como elas influenciam nossas escolhas no presente.

Quando a gente entende essas dinâmicas, é possível fazer escolhas mais conscientes e parar de repetir os mesmos erros do passado. E isso não é só sobre o que acontece com a gente, mas sobre quebrar ciclos para as próximas gerações também. Liberando essas lealdades, conseguimos construir relações mais saudáveis e menos repetitivas.

As pessoas não se atraem por relacionamentos destrutivos por acaso. Muitas vezes, estamos repetindo padrões inconscientes que têm raízes em nossa história familiar. Esses padrões podem ser difíceis de enxergar e até mais difíceis de quebrar, mas é possível sair desse ciclo.

Se você está preso a um ciclo de escolhas destrutivas, talvez seja hora de parar e perguntar: qual história da minha família estou tentando resolver?

Quando você descobrir isso, estará mais perto de se libertar de padrões que, até agora, pareciam inevitáveis.

 

Por mais liberdade em nossas escolhas e felicidade em nossas relações!

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