O final de ano se aproxima, e o novo ciclo traz consigo a esperança de mudanças. Motivados por desejos, frequentemente traçamos metas baseadas naquilo que sentimos faltar em nossas vidas: perder peso, cuidar da aparência, comprar mais coisas, ganhar mais dinheiro ou encontrar o relacionamento ideal. Acreditamos que essas conquistas nos farão completos.
Embora legítimos, esses desejos muitas vezes nascem de um lugar de carência, o que pode nos aprisionar em um ciclo frustrante de insatisfação. Queremos tantas coisas, mas raramente refletimos se estamos realmente prontos para sustentar aquilo que desejamos.
Necessidades e relacionamentos
Essa lógica se aplica diretamente aos relacionamentos. Muitos buscam alguém para preencher um vazio emocional, esperando que o outro seja a solução para todas as suas necessidades – sejam elas físicas, emocionais ou financeiras.
O problema é que, ao nos aproximarmos de alguém carregando tantas demandas, acabamos nos comportando como “mendigos emocionais”. Assim como quem aceita qualquer coisa para sobreviver, tornamo-nos menos capazes de escolher conscientemente o que realmente nos faz bem.
Para romper esse ciclo, é essencial trabalhar primeiro em nós mesmos, criando uma vida que já nos traga satisfação. Quando nos sentimos plenos, as melhores oportunidades, pessoas e situações surgem de forma natural.
O que isso tem a ver com nossas metas?
Da mesma forma que nos relacionamentos, o sucesso de nossas metas depende da origem delas. Quando nossos objetivos nascem de um sentimento de escassez, tornam-se um peso. Por outro lado, quando vêm de um lugar de completude, tornam-se expressões autênticas de quem somos e fluem com mais naturalidade.
Por exemplo:
- Em vez de pensar “quero emagrecer porque odeio meu corpo”, mude para “quero cuidar da minha saúde porque valorizo meu bem-estar”.
- Troque “preciso ganhar mais dinheiro porque nunca tenho o suficiente” por “quero crescer financeiramente para expandir minhas possibilidades”.
Essa mudança de perspectiva transforma metas em algo inspirador, em vez de tentativas de preencher vazios internos.
Onde trazer consciência
Antes de planejar suas metas, reflita:
- O que estou realmente buscando com este objetivo?
- Estou tentando preencher algo que sinto faltar ou estou expandindo algo que já valorizo em mim?
- Como posso trabalhar em mim mesmo para me sentir mais completo, independentemente do resultado externo?
Trazer consciência para essas perguntas ajuda a alinhar seus planos com seus valores e desejos genuínos, afastando-se de pressões externas ou carências internas.
O trabalho começa em você
Tanto nos relacionamentos quanto na vida, o segredo está em se tornar alguém que já se sente bem consigo mesmo. Quando você trabalha para se fortalecer – emocional, mental e fisicamente – as circunstâncias ao seu redor se ajustam. Seus objetivos deixam de ser tentativas de corrigir algo e passam a ser manifestações naturais de uma versão mais plena de quem você é.
Neste Ano Novo, antes de criar uma lista extensa de metas, priorize o que mais importa: cuidar de você. A partir de uma base sólida, suas conquistas virão não porque você as busca desesperadamente, mas porque você estará pronto para recebê-las.
E lembre-se: você não precisa fazer isso sozinho. Contar com o apoio de profissionais e técnicas adequadas pode impulsionar seu processo de autodesenvolvimento.
Então, que tal começar o novo ano cuidando de você?
Uma resposta
Mais um convite necessário para uma reflexão ainda mais pertinente acerca dos valores e das prioridades que estabelecemos. Amor próprio, antes de tudo, é uma condição de manutenção da saudabilidade indispensável para o estender do cuidado e do próprio amor aos outros. Obrigado pelo privilégio da leitura!