O futebol entrou na minha vida, como uma arte óbvia, por que meu pai queria muito ser goleiro, mas a idade e a oportunidade o tornaram juiz de futebol. Por muitos anos estive com ele, nos gramados verdes do Brasil e nos campos de várzea e terra batida, também.
Meu pai Dulcidio Wanderley Boschilia, nasceu no bairro do Ipiranga e lá sempre existiram muitos campos de várzea, traves demarcadas com chinelos e meninos sonhando com a fama e jogarem nos clubes e times de seus ídolos.
E para ilustrar nossa crônica vou contar a história de um menino chamado Alaor, que desde bem pequeno, soube que seu pai amava futebol. Não foi a bola jogada na rua, nem a bola disputada no modesto quintal mas uma tarde de sábado, onde seu pai, precisou ficar em casa, tomando conta de casa e de seus filhos.
Alaor, o pequeno artista da nossa história e seus irmãos resolveu mostrar em gritos e muita bagunça a liberdade de criança e como estava contente com seu pai em casa. Apenas para eles. Em pura alegria.
Mas o time do pai de Alaor, perdia o jogo, um clássico muito disputado e contra um grande rival.
Enquanto o time perdia, a bagunça na casa era em alto volume, gritaria e mais gritaria da criançada.
Até que…..O pai de Alaor resolveu por em ordem toda a bagunça, como um verdadeiro juiz de futebol, deu cartão vermelho para todo mundo. E colocou no cantinho do castigo.
Assim todos em silêncio e de olhos presos na tela, começaram a ver a jogo mais disputado e vibrante de suas vidas ….O time do pai de Alaor, ganhou de virada e a criançada ganhou a fama de “pés de coelho”.
Assim desde então, eram chamados para ver o time em campo, fosse no grande estádio ou diante da tela de televisão. Não preciso dizer que se tornaram torcedores de verdade, até hoje….
Assim o esporte uniu a família e ganhou muitos novos e grandes admiradores do futebol que nunca mais o esqueceram ….
Eu também sei que o ano começa, e vamos todos às compras e os times que precisam reforçar o grupo de jogadores, irão ao mercado com a lista de compras. Talvez um goleiro, um lateral direito, ou numa compra de peso um goleador em preço de ocasião.
No caso do Botafogo, desde um técnico que aceite ficar até o final do ano. E ajude a montar um grupo novo de futuros campeões.
O Vasco também trouxe técnico novo, importado de Santos.
O São Paulo está em fase de trocas, saem os mais cascudos e chegam os mais tarimbados, pois a grana está muito curta.
O Palmeiras trouxe um grupo forte, afinal quer o Mundial de Intergalaticos. E foi ao mercado com muitas notas no bolso e novo patrocinador na camiseta.
O Bahia de Rogério Ceni, também saiu com a lista de compras na mão.
O Flamengo que não sofre por cifras, pediu cautela ao torcedor, explicou que está sem fluxo de caixa…E o que dizer dos outros times, que não podem nem investir?
Afinal a janela não é só agora, precisa ter fôlego e dinheiro em caixa.
No passado a prata da casa nunca era vendida, e seus nomes eram eternamente ligados ao clube, que os projetou para o mundo.
Pelé sempre será Santos, Rivelino sempre do Corinthians, Garrincha sempre do Botafogo, Ademir da Guia sempre do Palmeiras….
Como os Estados e suas Cidades decorados na sala de aula. E matéria na Chamada Oral.
Hoje é de praxe vender a base, meninos em formação, craques do futuro e de outras gerações, valem ouro e vão embora do país de avião e os veteranos trocados ao som de pix.
O jogador argentino Rodrigo Garro, se identificou com o Brasil e compreendeu o amor exagerado da torcida fiel do Corinthians. E não questionou.
Entendeu que amor não se explica.
Amor se compreende e se aceita de coração.
E assim desejo que o Corinthians e sua imensa torcida, receba o Garro como um filho pródigo.
Verdade que não me cabe o julgamento, mas meus desejos sinceros que ele se fortaleça espiritualmente, que o excelente profissional volte à campo.
Que o Respeito Prevaleça!
Obrigada queridos leitores. Até semana que vem….
E obrigada pelo carinho à memória do meu pai.