Recentemente, publiquei um texto intitulado “A CID-11 e as atualizações no diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista)”, abordando o início da implementação da nova classificação da CID em janeiro/2025.
No entanto, o Ministério da Saúde anunciou que a transição será concluída apenas em 2027. Com esse novo cronograma, vou revisitar o tema para que não fique nenhuma dúvida sobre o que aconteceu.
A importância da CID-11 para o diagnóstico do TEA
A CID é uma ferramenta indispensável na saúde global, utilizada para classificar doenças, condições de saúde e transtornos. Atualmente, o Brasil opera com a CID-10, em vigor desde 1990, que fragmenta o autismo em subcategorias, como “autismo infantil” e “síndrome de Asperger”, que não contemplam a diversidade do espectro.
A CID-11 unifica os diagnósticos em uma única categoria: o Transtorno do Espectro Autista, com uma classificação mais clara e detalhada, que significará diagnósticos mais precisos e intervenções mais adequadas às necessidades individuais.
Por que o adiamento aconteceu?
O Ministério da Saúde atribuiu o adiamento da implementação da CID-11 à complexidade de adaptar o sistema de saúde brasileiro às exigências dessa nova classificação. Por ser totalmente digital, a CID-11 depende de tecnologias modernas e bem integradas para funcionar adequadamente.
Contudo, uma grande parte das unidades de saúde no Brasil, especialmente aquelas vinculadas ao SUS, ainda opera com sistemas desatualizados, que não estão preparados para suportar essa transformação.
Outro fator crucial para a postergação é a necessidade de capacitar os profissionais de atendimento à saúde para aplicar os novos critérios diagnósticos trazidos pela CID-11.
Diante desses desafios, a extensão do prazo foi considerada essencial para garantir que a implementação ocorra com segurança e beneficie a todos os envolvidos.
Preparando o Brasil para a CID-11
Como não há alternativa, temos que esperar e cobrar medidas para que o Brasil se prepare de forma mais estruturada.
Investir na capacitação dos profissionais de saúde deve ser o primeiro passo, com treinamentos voltados para os novos critérios, especialmente no TEA, garantindo que estejam prontos para aplicar as mudanças no momento certo.
Além disso, a modernização dos sistemas tecnológicos é urgente, com a implantação de plataformas digitais eficientes, para reduzir problemas na transição e melhorar a gestão de dados e informações.
Se quiser saber mais sobre as mudanças que a CID-11 trará para o diagnóstico do TEA, recomendo a leitura do meu texto anterior, disponível aqui.
Seguiremos juntos nesse caminho, sempre em busca de uma saúde mais inclusiva e acessível para todos e trazendo informações atualizadas para as famílias e pacientes com TEA.
Aqui é um lugar para você se sentir acolhida! Me escreva sobre suas dúvidas ou compartilhe algum desafio se desejar. Será uma honra caminhar com você nessa jornada de acolhimento e amor.
Um beijo e até a próxima quarta-feira,
Juçara Baleki
Fontes:
https://www.rsdata.com.br/cid-11-adiada-para-2027-no-brasil-entenda-o-impacto-e-o-motivo-da-decisao/
https://www.7segundos.com.br/arapiraca/especiais/2025/01/18/75-atualizacao-da-cid-para-autismo-e-adiada-para-2027-o-que-voce-precisa-saber