TODOS NÓS, NELSON RODRIGUES E O COMPLEXO DE VIRA LATAS!

Pensando aqui, todos nós, lembramos, usamos e até aplicamos no nosso dia a dia, os ditos populares, exemplo, “pau que nasce torto, nunca se endireita”, “onde há fumaça, há fogo”, “casa de ferreiro, espeto de pau”, “cavalo dado não se olha os dentes”, “a grama do vizinho sempre é mais verde”…
E muitos outros, mas o que eles tem em comum, além de serem ditados? Carregam inferioridade, submissão e conformismo.
Talvez sejam esses sentimentos que mexeram com os brios de Nelson Rodrigues, ao definir o brasileiro, como vítima de um “Complexo de Vira Latas”.
Nelson Rodrigues um jornalista apaixonado por futebol  e pelas palavras escritas que pudessem retratar paixão, garra, dia a dia e muito da realidade das ruas, deixou para nós uma “pulga atrás da orelha”.
Em uma de suas famosas cronicas usou o termo Complexo de Vira Latas, e talvez na ocasião  não tenha causado tanta discussão e gerado tantos debates.
Mas agora nada mais parece tão atual, um retrato da nossa sociedade, no uso diário, em termos cada vez mais “americanizados”. E difícil de se desapegar.
A música sempre estrangeira é a melhor, sem se atentar ao talento. A escrita de um romance, o livro do melhor autor, se for estrangeiro desperta mais atenção, a cantora que se esguela ao cantar, e está mais nua e desbocada, garante praia lotada e muito fanatismo sem se saber por que. Apenas pelo grifo de ser o mais longe da “terra brasilis”.
Um complexo sentimento, habita a alma e domina a mente,  o “Viralatismo”, inferioridade, submissão, descrença e pessimismo que nos impede de alcançar o nosso pleno potencial em relação aos outros países, povos e nações. Um bloqueio inconsciente, mas muito presente.
“O problema do escrete, não é mais o futebol, nem a  técnica e nem a tática, absolutamente.
Mas um problema de fé em si mesmo. Nós brasileiros precisamos nos convencer que não somos vira latas, e temos futebol, arte, cultura, leitura, poesia, pintura, política, religião, costumes para dar e vender”. (Um trecho da declaração de Nelson Rodrigues)
A origem do uso dessa expressão se deu em 1950 e 1960, na apreciação de tudo que seja estrangeiro e na mesma intensidade a depreciação de nossos próprios talentos puramente nacionais.
A Seleção Brasileira de 1950 era com Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer, Danilo Alvim, Bigode, Friaca, Zizinho, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e o técnico era Flávio Costa.
À época o Brasil foi derrotado em casa, em pleno Maracanã contra o Uruguai e aí tudo foi ladeira a baixo, a tristeza dos torcedores, a descrença, a falta de competitividade, a falta de confiança e a negação do que é fruto da nossa terra.
Mesmo sabendo que ganhar e perder faz parte do jogo,   e que os atletas convocados da época eram seguramente as melhores escolhas.
A inferioridade e pessimismo se espalhou por todos os cantos e do esporte seguiu para a economia, a cultura,  a música, as artes, para tudo enfim….
Ainda discutimos esse assunto em teses, em reuniões, mesmo nos bares no final de semana como justificativa de tantos talentos e jovens que seguem para o exterior, por fortunas, abrindo mão de seu país e de tudo que o cerca. Ex. Yuri Alberto, Estêvão, Endrick.
Nessa segunda feira, dia 26 de maio, quantas decisões!!!
A mudança na presidência da CBF, sai Ednaldo, entra Samir com inexperiência e forte resistência, cada vez mais veemente, para esclarecer esse momento crucial.
Na segunda também a chegada do “mestre” Ancellotti, para a Seleção Brasileira. Um italiano, com muita afinidade cordial com os brasileiros.
Mas algumas perguntas ainda estão sem respostas, deixarão o técnico tão novo assim, trabalhar? Deixarão que ele tenha tempo para acertos e prováveis erros, até encontrar a melhor Seleção? Ou também serão impacientes com ele, como fazem com os da própria terra?
Difícil explicar quanta história está nessa camisa amarela, e quantos atletas dedicaram seus melhores talentos para escrever o nome do Brasil no Esporte. Entregando até suas entranhas ….
E falando em entranhas, serão também estranhas as novidades lá no Corinthians, serão decididos novos passos para a presidência do clube.
Da minha parte farei um enorme sanduíche de metro e me sentar bem de frente da televisão.
Sinceramente muito mais sinistra que novela turca, melhor que previsões de videntes no final do ano e tudo isso envolvendo disputas de poder, demarcar território, trazer luz às escuras e suspeitas decisões administrativas.
Será o fim do complexo de vira latas?
Obrigada queridos leitores. ….
Até a semana que vem….

Loading

Veja Também  Cillo:Os escolhidos de Tite. A batalha começa em 1 mês

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens

Verdades

Eles foram casa um para o outro. E também a tempestade. Foram refúgio, mas também os ventos que derrubaram as

Leia mais