Amigos queridos,
Estive viajando do Norte ao Sul da Nova Zelândia com o meu amigo Márcio nestas últimas duas semanas. Foi uma travessia para celebrar os nossos 50 anos. Isso mesmo. Parece brincadeira, mas meio século chegaram neste fim de semana, no dia 1º de junho. O Márcio ainda desfruta da janela dos 49 até outubro.
Pois bem, foi ele quem me apresentou ao Senhor dos Anéis em 2004, quando nos conhecemos em Toronto. Jamais imaginei que, vinte anos depois, visitaríamos juntos os parques, florestas e cenários naturais onde O Senhor dos Anéis — tanto quanto O Hobbit — foram gravados. Aliás, conhecemos até pessoas que participaram das filmagens em Queenstown.
Foi a partir da experiência no Canadá que comecei a viajar para dentro da vida do Tolkien, seguindo os seus passos e também os de seu amigo C.S. Lewis. Quem me acompanha por aqui já deve ter lido textos meus que mostram que a inspiração do Tolkien para O Senhor dos Anéis não nasceu na Nova Zelândia — apesar de ter sido filmado aqui — mas em Interlaken, na Suíça, bem perto de Lyon, na França, onde moro.
E mais ainda: pouca gente sabe que a amizade entre Tolkien e C.S. Lewis fez da genialidade de ambos uma jornada espiritual única e inspiradora. Já estive em Oxford, no pub The Eagle and Child, onde eles se encontravam para conversar não só sobre literatura e imaginação, mas sobretudo sobre espiritualidade.
C.S. Lewis, que vinha de uma experiência traumática com a religião e crescera protestante, desiludiu-se com o “Deus” da religião após a morte da sua mãezinha, vítima de câncer. Um ateu convicto que foi tocado por Tolkien — um católico cheio do Evangelho e provocação espiritual — e acabou encontrando o caminho de volta. Não para a religião institucionalizada, mas para a espiritualidade redescoberta nos Evangelhos.
Pois bem, além de visitar dezenas de coffee shops, parques e trilhas no intestino das dezenas de montanhas — onde a Nova Zelândia pinta cenários divinos — o que não nos faltou, a mim e ao Márcio, foi inspiração. Na amizade de Tolkien e C.S. Lewis, encontramos combustível para fazer do nosso tempo juntos uma jornada espiritual: cheia de passos de reflexão, Lectio Divina, uma jornada voltada ao convite para sermos melhores pais, melhores filhos, melhores esposos, melhores vizinhos e, sobretudo, melhores seres humanos.
Até a próxima!
Fábio
Aeroporto de Auckland
Respostas de 2
Que experiência maravilhosa. Que se repita mais vezes, juntamente com o crescimento da grande amizade entre voces. Forte abraço.
Sou gratíssimo a Deus por ver a nossa amizade estendida entre meu filho e você. Obrigado por compartilhar conosco um pouco dessa viagem extraordinária. Valeu!