Rosângela Andrioli: Paolo e Francesca – Uma história de amor e traição

“L’amor, ch’a nullo amato amar perdona .”

 

Quem não gosta de uma bela história de amor, ainda mais quando possui belos castelos e paisagens fascinantes como cenário?

A frase citada acima foi escolhida, pois trata-se do verso 103 do quinto canto da Divina Commedia di Dante Alighieri. É considerado um dos versos mais célebres de toda a literatura italiana.

Dante, revisor da conexão da cultura medieval com a clássica e considerado pai da poesia moderna, escreveu este canto para retratar uma história de amor.

“ O amor que amar perdoa”, refere-se à história de Francesca di Rimini, amante de Paolo Malatesta e casada com o irmão, Gianciotto.

Paolo e Francesca são dois personagens reais e não figuras românticas como Giulietta e Romeo, criadas por Shakespeare.

Francesca da Polenta era filha de Guido Minore, senhor de Ravenna e Cevia. Viveu tranquilamente sua juventude à espera de um marido agradável e gentil.

Estamos no ano de 1275, e como era comum naquela época, Guido da Polenta decidiu dar a mão de sua filha a Giovanni Malatesta, chamado de Gianciotto, o manco.

Sabendo que a moça possuía grande beleza e tentando evitar que não aceitasse o marido, por não ser atraente, os pais do casal tramaram a seguinte armadilha. Mandaram a Ravenna Paolo, o belo e inteligente irmão de Gianciotto, para pedir a mão da moça.

Como se esperava, a moça se apaixonou e, um dia após o casamento foi apresentada ao verdadeiro marido, Gianciotto. Pode-se imaginar o seu desespero!

Com o tempo, Francesca se conformou e teve uma filha. Paolo, que possuía terras em Gradara, a visitava com frequência e demonstrava seu amor e arrependimento.

Um dos irmãos de Paolo, Malatestino dell’Occhio, chamado assim porque tinha apenas um olho, mas enxergava muito bem, espionava os encontros secretos do casal.

Em setembro de 1289, Paolo chegou em Gradara para ver Francesca e deparou-se com Gianciotto.

Este, que deveria estar viajando a negócios, abriu a porta e viu o irmão e a esposa se beijarem. Cego de ciúmes, Gianciotto matou os dois jovens.

Dante, em sua obra, mandou os dois desventurados para o inferno, por terem cometido um crime gravíssimo. O adultério. Vagariam para sempre juntos, por toda a eternidade, mas contraditoriamente, demonstrou  compaixão e piedade pelos dois amantes.

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Esta trágica história de amor, tem sido retratada através dos séculos por poetas, músicos, pintores, escultores e fascina milhões de pessoas que visitam o Castelo di Gradara, cenário da tragédia, todos os anos.

Gradara é uma cidade medieval na região de Marche, situada no norte da Itália.

Castello di Gradara

Seu castelo de cor ocre, contrasta com o céu azul e o verde dos campos ao seu redor.

Habitaram ali as principais famílias do período medieval. Os Malatesta, os Sforza, os Borgia e os Della Rovere, e foi palco de grandes eventos históricos e lendários, como a história que acabei de contar para vocês.

Para quem tiver curiosidade, o castelo, que foi completamente restaurado, possui um site próprio, contendo os horários de visitação, tour pela cidade e outras curiosidades. Acredito que dê para passear, mesmo que virtualmente, por esta cidade linda e apaixonante.

http://www.castellodigradara.org/

Segue abaixo um link com um vídeo dedicado ao castelo:

Quanto a culinária local, podemos citar a maravilhosa piadina. Experimentei a piadina com recheio de prosciutto crudo local e queijo, quentinhos. Amei! Buon appetito e buon divertimento a tutti!

Piadina

Ingredientes

3 xícaras (chá) de farinha de trigo e mais um pouco para enfarinhar a mesa

1 ½ colher (chá) de sal

1 colher (chá) de fermento em pó

2 colheres (sopa) de azeite de oliva

1 xícara (chá) de leite

 

Recheio:

3 muçarelas de búfala grandes

12 folhas de manjericão

3 tomates maduros

1 maço pequeno de rúcula

1 colher (sopa) de vinagre

Azeite de oliva a gosto

sal a gosto

 

Modo de preparo

 

Piadina:

Em uma tigela grande, junte a farinha, o sal e o fermento. Misture e abra um buraco no centro. Coloque o azeite bem no meio e vá esfregando a farinha com os dedos para misturar. Junte o leite em duas etapas e, com as mãos, misture bem, até formar uma bola. Transfira a massa para uma superfície de trabalho enfarinhada e trabalhe a massa por três minutos, no máximo. Enrole a massa para formar uma cobra e divida em seis pedaços iguais. Se não quiser fazer todos os pedaços, congele a massa restante, antes de abrir, já em porções embrulhadas em filme. Cubra a massa que será usada com um pano de prato úmido. Mas atenção, o pano não pode estar molhado. Coloque uma frigideira antiaderente, ou chapa grande de ferro, para aquecer em fogo alto. Abra um pedaço de massa com rolo de macarrão ou com uma garrafa de vinho, até ficar com cerca de 20 centímetros de diâmetro. Quando a frigideira estiver bem quente, coloque o disco e faça vários furos com um garfo – assim que o fundo começar a ficar com pintinhas escuras, após cerca de dois minutos, vire e deixe cozinhar por mais dois minutos, furando com o garfo. Transfira para um prato e cubra com um pano de prato limpo, apenas para não esfriar, enquanto você faz as outras. Rita Lobo ensina como preparar azeite aromatizado. Para variar os sabores, use também outros ingredientes, como com pimenta dedo-de-moça, alecrim, manjericão e outras ervas. A receita rende 250 mililitros de azeite e o tempo de preparo é de 15 minutos.

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Recheio:

Lave as folhas de rúcula e de manjericão sob água corrente e deixe de molho numa tigela com água e vinagre por uns dez minutos. Em seguida, nada de ir logo escorrendo a água. Retire as folhas da tigela as “”sujeirinhas”” ficam no fundo. Seque as folhas, se puder, na centrífuga. Lave e seque os tomates. Em uma tábua, corte a muçarela em fatias de meio centímetros. Corte também os tomates em fatias de meio centímetros. Transfira para uma travessa, formando uma escama, alterando as rodelas de tomate com as de muçarela. Salpique com as folhas de manjericão e sirva com as folhas de rúcula.

Receita do site: http://gnt.globo.com/receitas/receitas/rita-lobo-ensina-a-fazer-pao-piadina.html

 

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