Paty Moraes: Oferece-se uma amiga

Dezesseis anos se passaram desde que entrei na faculdade de Jornalismo e fiz algumas das mais sólidas amizades de toda a minha vida. Me casei com o irmão de uma delas e, por aí, já dá pra entender a conexão dessa turma.

 

Em nove universitárias das mais variadas origens, idades e orientações sexuais formamos As Regaços. Poxa, a gente se orgulha do nome do nosso time: mulheres que procuraram a independência por meio de uma profissão que já não é mais o que era naquela época. E quem é?

 

A gente mudou muito também. Algumas deixaram a comunicação para apostar em outros negócios, se casaram, tiveram filhos, se separaram, engordaram, fizeram lipo, botaram silicone ou mudaram de país. Às vezes, fica até difícil reconhecer nelas as garotas do início dos anos 2000. Os gostos mudaram, também. As baladas deram lugar aos jantarzinhos, mas, pelo menos, os botecos continuam hors concours.

 

Na última semana – e quando digo semana, quero dizer nos últimos sete dias – , uma dessas amigas se hospedou em casa.  A casa não é só minha mais, mas algo que classificaria como “mágica” aconteceu como nos velhos tempos: ofereci aos amigos de hoje a oportunidade de conhecer uma amiga de verdade… daquelas que o tempo não leva embora, mesmo que more a quilômetros de distância.

 

Então, ao invés de fazer novos amigos, reuni todos e ofereci uns aos outros.

 

Ela se foi levando consigo três sacolas de roupas da rua 25 de Março, algumas fotos na memória do celular e novos seguidores nas redes sociais… E eu tive a sensação de ter ficado com muito mais, apesar de não ter aumentado o número de likes da minha timeline.

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