Flamengo e Cruzeiro iniciarão nesta quinta-feira, às 21 horas, no Maracanã, Rio de Janeiro, a grande decisão da Copa do Brasil de 2017. O título será uma oportunidade de salvar a temporada para ambos, pois tanto o rubro-negro carioca quanto o clube celeste têm deixado a desejar neste ano.
O Cruzeiro perdeu o Campeonato Mineiro para o rival Atlético-MG, derrota que balançou o ambiente na Toca da Raposa. É aquela história: o estadual não vale muita coisa, mas serve para derrubar treinadores e fazer atletas caírem em desgraça com a torcida.
Depois, durante a campanha apenas regular no Brasileirão, a eliminação na Copa Sul-Americana e a oscilação na própria Copa do Brasil geraram desconfiança em relação ao trabalho do técnico Mano Menezes. O time foi vaiado em pleno Mineirão e jogadores como Thiago Neves foram perseguidos.
Mas mesmo aos trancos e barrancos – como no mata-mata contra o Palmeiras – a equipe foi ganhando força. A semifinal contra o Grêmio reafirmou a força do Cruzeiro. Além disso, o peso de uma camisa que busca o quinto título na competição terá influência na disputa.
Já o Flamengo busca a recuperação em um ano conturbado. Badalado após a campanha no Nacional do ano passado – quando lutou pelo título até as rodadas finais – e a conquista do Campeonato Carioca, o time decepcionou profundamente ao ser eliminado ainda da fase de grupos da Copa Libertadores em uma chave na qual era favorito.
Talvez o sucesso inesperado do técnico Zé Ricardo tenha gerado uma expectativa exagerada em relação ao seu trabalho, que não teve o mesmo efeito na atual temporada, mesmo com um elenco invejável. Zé Ricardo caiu – foi para o rival Vasco – e chegou Reinaldo Rueda, que poderá se tornar o primeiro treinador estrangeiro a ser campeão da Copa do Brasil.
O treinador colombiano promoveu algumas mudanças na forma de atuar do time e conseguiu arrumar a defesa, ponto que vinha destoando em relação ao desempenho dos demais setores. Hoje, o Flamengo está ainda mais forte e, no meu entender, leva uma leve vantagem na luta por este troféu.
O tendão de Aquiles dessa equipe flamenguista é o gol. Sem poder contar com Diego Alves, que não pôde ser inscrito no torneio por uma determinação grotesca da CBF em uma demonstração de burrice por parte de seus dirigentes, o treinador ainda não divulgou se irá com Alex Muralha ou Thiago na meta.
Muralha tem sido massacrado por torcedores e até pela imprensa fluminense pelas falhas. Na semana passada, foi o centro de uma polêmica ao ser assunto de um editorial do jornal Extra. A publicação escreveu em sua capa que não iria mais se referir ao jogador pelo apelido até que ele voltasse a merecê-lo. Para mim, uma tentativa equivocada e desrespeitosa de fazer uma brincadeira – porque jornalismo não foi.
Mas o episódio pode ter surtido um efeito positivo no grupo e servir como motivação extra para o Flamengo – que busca o tetracampeonato- nesta final entre dois gigantes do futebol.