Linhas infinitas

Escrever é coisa que esparrama do peito para as linhas do papel… É coisa que os olhos capturam coisa que a gente lê nas entrelinhas, uma cena, um gesto, o que acontece pra fora, o que lateja aqui dentro, a nossa história, a vida do outro, uma memória, um final ou recomeço, um sim ou o avesso.

Escrever é a tentativa amorosa de imortalizar o que houve, o que a gente ouve ficção, realidade, o passado ou o presente. Ausências, presenças, partidas, pessoas queridas, nada disso ou tudo isso misturado.

Escrever é participar do todo em rabiscos perpétuos. É não deixar escapar nem um frame do filme vivo da vida.

 Já fui muitos personagens nas minhas linhas além de mim mesma. Experimentei sensações, a vida alheia sob a minha ótica, li o pulsar de outras vidas, dei nomes a elas. Escrever é reverberar.

Homenagear a quem amamos assim como aos nossos dissabores.

Simplesmente acontece. Sem hora nem dia, sem pretensão ou nostalgia.

Escrever pra ver e ser além da cena, além da hora, além do momento.

É manifestação sem passeata, crítica sem destinatário, tocar alguém sem usar as mãos.

Escrever é doação pura, desabafo d’alma, travessia da mente e do coração em sincronia fina.

Escrever é expor o que a boca não fala

É emoção que se empresta a quem lê,

Passaporte para algum lugar que se desconhece

Romper de fronteiras

É o ato corajoso das mãos que bailam por um pedaço de papel

E dão vida, cores e realidade a tudo que vibramos

Ao que por muitas vezes sonhamos quanto estamos acordados.

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Imagem: Freepik

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