Roberta de Moraes: O poder do Agora

O texto de hoje nasce do pensamento e do desejo profundo em estar presente no agora.

A gente vive os dias projetando o futuro: as contas a pagar, pequenas metas que a gente se impõe, o fim de semana, o feriado prolongado que vai chegar, aquela data especial, um aniversário, o que a gente vai fazer quando conquistar x, quando emagrecer, terminar os estudos, estiver em uma relação afetiva, comprar um carro, mudar de casa, quando o filho crescer, quando alguém se formar, quando chegarem às férias de julho ou o verão, quando concluir o curso, quando finalizar uma tarefa, quando alcançar o aumento de salário, quando for promovido, quando a grana apertar , quando sobrar uma grana, no momento em que tiver mais tempo pra viajar… Caso é que vivemos ansiosos e a ansiedade (assim como nos dizem alguns especialistas) nada mais é do que o excesso de futuro. Não necessariamente um futuro distante, mas aquele momento que ainda não chegou.

Neste desenrolar de sentimentos e pré ocupações vamos abafando e suprimindo o agora.

Este segundo mágico e tão precioso em que estamos. Estar presente no presente é exercício árduo. Noutra ponta alguns de nós remoem o passado… Estão lá, na maior parte do tempo revivendo e revirando os retratos guardados nos baús da memória… Pessoas que se foram, relações que chegaram ao fim, uma fase, um momento… Debruçam-se nas janelas do passado e ali permanecem sentados naquela última poltrona do avião enquanto os bancos da frente estão todos vazios convocando à viagem.

Incrível como algo aparentemente tão simples e óbvio como exercer o agora, muitas vezes nos custa.

Aprender a manter atenção plena naquilo que estamos fazendo sem distrações, com foco e serenidade é treinamento.

Começar nas pequenas tarefas pode ser um caminho:

Desligar – se dar redes por um Instante, observar o momento de comer, de tomar banho, de estar com os filhos, de namorar, de escrever um artigo ou um e-mail, de estudar, de “existir” simplesmente. Esse momento quem me ensina é minha filha: “Mãe, agora que não tem mais tarefas, sente no sofá e apenas exista.”

É sábio isso que ela diz. Para uma mulher que como eu é hiperativa e se não está “produzindo” tem como tendência a culpa, treinar o existir e a presença no agora é pós graduação na vida!

Observar nosso “modus operandi”, reconhecer as falhas e acertos e ressignificar os processos internos pode ser um presente ao presente.

Um passo de cada vez. Tijolo por tijolo. Peça por peça do grande quebra cabeças da vida.

Respirar!

Na valsa do cotidiano, cada qual em seu ritmo, que a gente possa superar as limitações de nossas quatro paredes e confiar no que plantamos aqui e agora. Afinal, o passado foi aprendizado.

O futuro é um lugar que não conhecemos.

Nesta reflexão cotidiana eu me convoco e te convido:

“- Vamos nos vestir de presentes!”

 

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

 

Uma resposta

  1. Quando criança exercíamos o agora em todos os momentos….
    A criança dentro de nós não morreu, mas deixamos de exercer o agora constantemente….
    Involuímos, não?

    Parabéns pelo texto e escrita refinada!!!

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