Conhecimento, comportamento e emoção

Venho trabalhando há muito tempo com grandes empresas e milhares de pessoas das mais variadas áreas profissionais, sendo em recrutamento e seleção ou com treinamentos e desenvolvimento comportamental.

Por estar há muitos anos diretamente ligado a RH e Gestão de Pessoas, percebo uma grande mudança, nas últimas décadas, sobre quais são as competências mais importantes para performance no mundo corporativo.

Por muito tempo contratamos profissionais por suas habilidades técnicas. A avaliação de competências estava diretamente ligada à conhecimento específico para entrega de alguma tarefa ou projeto. Nem mesmo nos preocupávamos em avaliar o perfil comportamental ou de relacionamento.

Se o profissional conseguisse comprovar um histórico de entregas técnicas, formação na área ou algum teste específico de conhecimento para a vaga, era o que precisávamos.

Nos últimos anos, muita coisa mudou neste sentido, começamos a aumentar a complexidade ao avaliarmos os profissionais, seja na contratação ou em avaliações de competência e desempenho.

No início dessa mudança o conhecimento técnico passou a ter a mesma importância do comportamental, era exigido dos profissionais que tivessem habilidades comportamentais como comunicação, empatia, relacionamento e outras que fossem pertinentes a função e as competências suficientes tecnicamente para entregar as tarefas.

Após alguns anos o que percebemos é uma valorização dos perfis comportamentais, passou a ser mais importante a forma como esse profissional se relacionava com pessoas e se comprometia com os resultados do que o quanto ele realmente estava tecnicamente preparado para dar conta das tarefas. O que começou a acontecer foi uma expectativa de obrigação do profissional saber a parte técnica e um diferencial as qualidades comportamentais. Além disso, muitas empresas por já terem seus profissionais técnicos qualificados perceberam que era mais fácil treinar o que chamamos de hard skill, do que treinar competências comportamentais que chamamos de soft skill.

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Atualmente o que está acontecendo é uma nova mudança de atenção no que realmente é importante no mercado corporativo. E para variar só aumenta a complexidade de avaliação e cobrança sobre os profissionais do mercado. Agora o conhecimento técnico é o mínimo esperado de um profissional, ele precisa saber executar tecnicamente as tarefas.

Além disso é esperado, conforme o cargo, que o profissional tenha a priori algumas habilidades comportamentais, que são consideradas como meta competências porque somam ao cargo, auxiliam na entrega de resultados, mas não são especificas a função. E chegamos a cereja do bolo da atualidade que são as habilidades emocionais.

Além de tudo que já somos cobrados agora temos que dar conta emocionalmente de todos os desafios, mudanças, adversidades e cobranças. Sem perder o brilho nos olhos, compromisso com resultado e empatia e cuidado com todos a nossa volta. Simplesmente teremos que beirar a perfeição em tudo o que fazemos, como fazemos e porque fazemos.

Sem margem para equívocos e falhas, pois o julgamento e sentença virá na próxima avaliação por competência.

 

 

 

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