Quando o desespero bate…

Quero que você pare para pensar toda vez que desistiu de algo porque ficou com medo, dúvida ou insegurança de que daria conta de realizar tudo que precisa, seja diante de desafios da sua vida pessoal ou projetos da sua vida profissional. Quantas vezes diante de momentos que nossa competência é colocada fraquejamos como se o que estivesse em jogo fosse toda nossa condição humana de superar algum desafio. Quando nossa capacidade é colocada a prova e não temos inteligência emocional para dar conta, instantaneamente parece que tudo está em jogo, e a proporção fica insuportável.

Vou tentar facilitar onde quero chegar trazendo exemplos, mas gostaria que você realmente buscasse esses momentos na sua vida para lembrar, as vezes que desistiu e as vezes que enfrentou e superou. Além disso será importantíssimo que junto com essas lembranças, traga os aprendizados que cada um te trouxe. Sim, mesmo quando desistimos temos muito a aprender sobre nós e focar na busca por melhorias. Nossas memórias são aulas que não devemos esquecer para que possamos andar, seguir a vida, mas sem repetir caminhos já percorridos e que não nos levou onde queríamos.

Muitas vezes na minha vida desisti de oportunidades quando comecei a perceber o nível de exigência que viria pela frente, já abandonei empregos e sai de projetos quando fugiam da minha zona de conhecimento e controle. Veja não falei de zona de conforto, falei de zona de controle. Para mim, o fugir pelo desespero não está ligado a zona de conforto onde estamos tranquilos, porque somos pouco cobrados e praticamente nada de novo deve acontecer. A fuga pelo desespero vem da queda da zona de controle, onde percebemos que a situação que está acontecendo está ultrapassando a nossa condição de conhecimento e competência.

Nesse momento, surge outra problemática para deixar ainda mais séria essa conversa, entra em ação o nosso EGO, que vem cheio de desculpas e histórias para justificar a nossa derrota e desistência, sim o EGO disfarçado de orgulho traz consigo toda narrativa que sustentará de forma muito convincente porque escolhemos fugir.

A fuga é uma derrota antecipada pela fraqueza egoísta de não suportar o processo de aprendizagem e superação que situação mais desafiadoras nos colocam. Claro que vem no formato de histórias, porque o mesmo EGO que foge precisa de uma boa desculpa para suportar a fuga. Claro, porque temos a necessidade de criar histórias para não mergulhar a fundo nas questões que realmente importam. Mas aqui, quero trazer mais que isso, quero trazer a significativa perda de oportunidade de aprendizado pelo simples fato de não suportar a falha ou o olhar do outro que supostamente irar nos julgar e isso seria o fim. Em mindset fixo cheio de crenças e defesas para permanecer no mesmo lugar precisa dar espaço as novas possibilidades de aprendizado, afinal qual é o problema de errar? Qual é o problema de não dar conta de um projeto?

É claro que eu sei o quanto somos cobramos e assumimos nossos papeis na sociedade dentro de uma expectativa de acontecimentos e entregas. É obvio que não estou aqui simplificando e tirando a importância da nossa dedicação de fazermos as coisas de forma correta. Mas quero trazer aqui o resgate de uma vulnerabilidade possível, consciente e que de espaço para o aprendizado pelo fato natural e humano que somos falhos. Lembre-se que essa situação é só uma situação, ela não é você.

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

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