Viajar para Nova York é como entrar num filme em cartaz há décadas — mas com cenas novas a cada esquina. Esse post é um resumo despretensioso de como foi minha primeira vez nesta outra cidade que nunca dorme.
Estávamos hospedados em um hotel num bairro mais residencial e, num passeio no fim do dia, reparei em algo que aqueceu o coração: muitas crianças brincando e cachorrinhos passeando com seus donos. O futuro do nova-iorquino está garantido — e bem acompanhado. Inclusive, é comum ver áreas dedicadas aos pets nesses bairros mais tranquilos.
Já no centro, o clima muda e a mistura é vibrante: turistas do mundo todo dividem espaço com imigrantes asiáticos, indianos e mexicanos que vivem e trabalham na cidade. E, claro, o típico nova-iorquino: café em uma mão, celular na outra, falando sozinho — ou melhor, nos fones, em ligações que vão desde reuniões de trabalho até conversas com a família. Tudo isso, com muito sotaque e pressa.
Outro ponto que chama atenção é a legalização da cannabis. Além das lojas especializadas, é comum ver pessoas fumando livremente nas ruas, inclusive moradores de rua. Confesso: o cheiro não é dos mais agradáveis.
Em compensação, alguns mitos foram confirmados… e outros, caíram por terra. Ao contrário do que muitos pensam (ou eu pensava!), o McDonald’s não domina todas as esquinas — quem reina, de verdade, é a Starbucks. Já os famosos ratos? Não vi nenhum! A cidade está sempre em obras, sim, mas extremamente limpa. Talvez no metrô eu tivesse mais “sorte” nesse quesito, mas confesso que andamos pouco nas velhas (e organizadas) linhas nova-iorquinas. Aliás, isso rende outro post.
A educação coletiva me impressionou: todos atravessam na faixa, respeitam os semáforos — seja em grandes cruzamentos ou nas ruazinhas mais discretas. E mesmo comendo na rua, em praças públicas ou nos charmosos bancos das calçadas, a cidade continua limpa, mesmo com poucas lixeiras disponíveis.
Minha sensação é que Nova York é uma grande Avenida Paulista misturada com Oscar Freire e Faria Lima. Tem trabalho, vida, luxo, cultura e diversidade por todos os lados. Os looks das pessoas parecem ter sido pensados para um desfile urbano: gente indo trabalhar, malhar ou simplesmente brilhar. As famosas avenidas como a Broadway, a Quinta Avenida e a Park Avenue são um deslumbre. E sim: olhe para cima! A arquitetura é um espetáculo à parte — do clássico ao moderno, com toques inesperados.
O verde da cidade também me surpreendeu. NY vai muito além do Central Park. Praças, jardins elevados e pequenos refúgios urbanos surgem em quase cada esquina. São espaços ideais para tomar sol no início da primavera, fazer um lanche, ler um livro ou simplesmente absorver a vibe da cidade.
E a gastronomia? Ah, essa merece um post exclusivo! Nova York é um caldeirão de sabores: da culinária asiática à mexicana, da indiana aos fast foods reinventados. Há espaço para todos os gostos — dos restaurantes estrelados com “toalhas na mesa” até os botecos escuros e apertados onde se bebe cerveja assistindo a um jogo de baseball. Sem falar nas barraquinhas de rua com comidas gregas, libanesas, italianas… e claro, muitos donuts e bagels.
O meu roteiro não foi uma lista de tarefas, e isso me deixou ainda mais feliz. Consegui “ticar” alguns passeios clássicos e turísticos, sim — mas também me permiti caminhar sem rumo, me encantar com cada esquina, com cada descoberta. Confesso: gosto de deixar algumas atrações pendentes. Serve como desculpa para voltar. Tipo assistir a um musical da Broadway, curtir um jogo de basquete ou visitar todos os observatórios dos arranha-céus da cidade.
Tudo isso porque o motivo principal da viagem foi especial: assistir ao último concerto do Maestro João Carlos Martins no Carnegie Hall, encerrando sua carreira como maestro no mesmo palco onde tudo começou. Nossa relação com o João é profissional, mas também afetiva, de amizade e quase familiar. Mas isso, como tantas outras histórias, também é assunto para outro post.
Então já sabe, ainda tenho muito para compartilhar sobre Nova Iorque. Um beijo e até o próximo Check-in da Lau!