Crítica: O Hóspede (The Guest)

Como qualquer fã de cinema, adoro acertar nas minhas apostas sobre as promessas do mundo cinematográfico. Quem rebuscar alguns dos meus textos sobre o jovem diretor Adam Wingard, vai encontrar minhas opiniões exaltando o trabalho cada vez melhor do cineasta (esqueçam o recente Bruxa de Blair, por favor), desde suas primeiras e obscuras produções. E se em seu filme anterior, o divertido Você é o Próximo (You’re Next, 2011), Wingard tinha se superado, com este O Hóspede (The Guest, EUA, 2014), o diretor volta a exibir seu talento de forma ainda vez mais madura, neste que com certeza é o melhor filme da carreira do diretor.

O Hóspede traz o galã Dan Stevens (da série Downton Abbey e Caçada Mortal) no papel de David, um soldado que após ser dispensado do Exército, bate à porta da família Peterson, alegando ser o melhor amigo do filho do casal, que morreu em ação. Carismático e educado, David em pouco tempo conquista o coração da família, que não tem a mínima ideia de que David não é exatamente quem ele diz ser…

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É com esta premissa um tanto quanto batida do “estranho perfeito que conquista família desavisada” que Wingard se supera, graças à mais um roteiro original de Simon Barrett (colaborador e amigo pessoal do diretor), que flerta de maneira certeira com o humor e a ação, quando esta surge na esperta narrativa do filme.

Entusiasta do cinema da década de oitenta, Wingard recheia sua trilha sonora com hits e uma estética visual que remetem à década, o que garante ao filme um charme todo especial. A sequência final, por exemplo, que se passa em um cenário de uma festa de Halloween, também funciona perfeitamente na produção.

No entanto, O Hóspede não funcionaria tão bem não fosse a interpretação magnética do surpreendente Dan Stevens. Transbordando charme e malícia, Stevens está simplesmente perfeito no papel, se saindo muito bem também nas sequências de ação do filme. Juntos, Wingard e Stevens conseguiram criar um dos personagens mais diabolicamente fascinantes dos últimos anos.

O Hóspede poderia muito bem ser apenas mais um filme com o tema “cuidado com quem você coloca dentro de casa”, o que já não seria nenhum crime. Mas graças aos talentos de Wingard e principalmente de Stevens, O Hóspede alça voos muito mais altos do que poderia se imaginar.

Uma resposta

  1. Eu simplesmente amei esse filme e não me canso de assistir. É impressionante como a trilha sonora fez com que as cenas ficassem ainda mais envolventes.

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