Crítica: Operação Invasão 2 (The Raid 2: Berandal)

Sequências épicas. O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (James Cameron, 1991) é uma sequência épica. Batman: O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008), Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (José Padilha, 2010), também são. O Poderoso Chefão: Parte II (Francis Ford Coppola, 1974) então nem se fala. E adivinhem só: Operação Invasão 2 (The Raid 2: Berandal, Indonésia, 2014), também faz parte deste seleto rol. E se você acha que o nosso Capitão Nascimento é O Cara, é porque ainda não conhece o policial Rama, o mortífero protagonista da franquia.

Aproveitando o lançamento do thriller de ação Headshot, outro ótimo exemplar do cinema de ação indonésio protagonizado pelo incrível Iko Uwais (veja a crítica do filme aqui no Portal do Andreoli), resolvi revisitar este neo-clássico do gênero, sequência do também fantástico Operação Invasão (The Raid: Redemption), lançado nos cinemas em 2011, se tornando imediatamente uma sensação entre os fãs do gênero. Produzido e filmado na Indonésia (o que prova o faro dos asiáticos para fazer bons filmes de ação), o primeiro filme mostrou o talento de seu então desconhecido diretor, roteirista e também editor, o galês Gareth Evans (diretor do melhor segmento da antologia de horror V/H/S/2, 2013), e de seu sensacional astro, o citado Iko Uwais, especialista na arte marcial indonésia conhecida como Silat.

Operação Invasão 2 veio para estabelecer os nomes dos dois no cenário do gênero, já que como citado no início desta crítica, o filme é mesmo épico. Um filmaço de duas horas e meia de duração, de trama muito mais complexa e elaborada do que a do filme original, que além de capturar a incessante ação do primeiro filme, a aprimora ainda mais.

A produção começa exatamente onde termina o primeiro filme. Após sobreviver ao cerco de criminosos no complexo residencial, o letal jovem policial Rama (Uwais), é imediatamente recrutado pela Inteligência da polícia de Jacarta para embarcar em uma missão disfarçado, e destruir a corrupção policial na cidade. Mesmo com um filho recém-nascido, Rama aceita a proposta e aos poucos vai ganhando a confiança do filho do chefão de uma das duas famílias que comandam o crime organizado na cidade. Mas quando a outra família decide entrar em guerra contra a família onde Rama está infiltrado, o policial se vê sozinho no meio de uma sangrenta batalha, onde ele só poderá contar com si mesmo e com suas sensacionais habilidades em combate.

Dentre tantas, Operação Invasão 2 traz pelo menos três sequências de ação que já nasceram antológicas: A rebelião na prisão onde Rama começa o filme infiltrado; uma sensacional perseguição automobilística pelas ruas de Jacarta, e uma sequência de luta mano a mano entre o protagonista e um dos vilões do filme, que acontece dentro da cozinha de um restaurante. Na minha opinião, esta é a melhor sequência de luta que já vi no cinema. Um show de coreografia, regado à muito sangue.

O elenco, todo indonésio, é desconhecido, mas quem conhece o primeiro filme e um pouco da filmografia do diretor Evans vai identificar as duas importantes participações do espetacular Yayan Ruhian (que é mestre de Silat e outras artes marciais), um dos principais vilões do primeiro filme e que aqui interpreta um novo papel; e também do sinistro Epy Kusnandar (que trabalhou com Evans em V/H/S/2 e OS ABC’S DA MORTE), no papel de um perigoso traficante.

Operação Invasão 2 renova o gênero ação, ao mesmo tempo que remete aos primeiros filmes do diretor John Woo, clássicos como Fervura Máxima (1992) e The Killer: O Matador (1989). Ambos os diretores, inclusive, foram o tema de minha palestra no primeiro Conacine: O Congresso Nacional de Cinema Online, que aconteceu em 2014. E no momento, o primeiro filme está ganhando um remake americano dirigido por Joe Carnahan (A Última Cartada, O Esquadrão Classe A) e também uma nova sequência, dirigida pelo próprio Evans. Esqueçam o remake. QUE VENHA A SEQUÊNCIA!

Operação Invasão 2 está disponível no Brasil em alguns serviços de streaming e home-video.

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