Crítica: Polar (2019)

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Neste início de 2019, a Netflix resolveu dar mais uma mostra de seu poderio, ao lançar em um espaço de duas semanas, nada menos do que quatro produções próprias, todas com um investimento maior do que o comum. O thriller de ação Close, a sci-fi IO: O Último na Terra; ambos lançados no último dia 18 de janeiro; o vindouro Velvet Buzzsaw, aguardado thriller que também será exibido no Festival de Sundance, e agora este Polar (EUA/ALE, 2019), dão uma amostra do que podemos esperar da cada vez mais poderosa Netflix nos próximos meses. Lembrando que você já pode conferir as críticas de Close e IO aqui mesmo no Portal do Andreoli, assim como a crítica de Velvet Buzzsaw nos próximos dias.

A grande parte do cacife deste Polar, vem da presença de seu protagonista, o sempre fenomenal Mads Mikkelsen (do thriller Arctic, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli). Aliás, não confundam os dois filmes, afinal, duas produções estreladas pelo mesmo ator e com nomes de Arctic (Ártico) e Polar, é para confundir mesmo. Mas enquanto Arctic é um sério e denso drama de sobrevivência, Polar é um movimentado thriller de ação, que conta também com uma boa dose de humor. Resumindo: Mads luta pela sobrevivência nos dois filmes, mas em Polar, ele é o perigo.

O filme é baseado na graphic novel da editora Dark Horse, Polar: Came from the Cold, criada por Víctor Santos em 2012, e traz Mikkelsen no papel de Duncan Vizla, também conhecido como “The Black Kaiser”, que carrega consigo a “modesta” fama de ser o maior assassino profissional do mundo. Sua lista de mortes provavelmente daria para preencher uma lista telefônica de uma cidade de médio porte. Cansado desta vida de matador, Vizla decide se aposentar, e aproveitar os anos que lhe restam com um pouco de paz e sossego.

Mas como sempre acontece em filmes de ação onde o mocinho decide se aposentar da vida de crime, é claro que os planos do Kaiser não poderão se concretizar de imediato, já que seu ex-empregador o marcou como um risco para os negócios, e em seguida despacha uma equipe de jovens e famintos assassinos em seu encalço, todos ávidos para matá-lo e receber a recompensa por sua cabeça. Mas como já era de se esperar, eliminar o velho matador não será nada, NADA fácil.

Dirigido pelo sueco Jonas Åkerlund, conhecido diretor de videoclipes e cujos créditos cinematográficos incluem os alternativos Spun: Sem Limites (2002) e o recente Lords of Chaos (2018), Polar incorpora bem o espírito da graphic novel na qual é baseado e se mantém fiel ao material fonte. O roteiro de Jayson Rothwell (Natal Sangrento, 2012), bebe na fonte de inúmeros outros thrillers com a mesma pegada, e o filme tem ecos da franquia John Wick em todo lugar. Contudo, as sequências de ação são interessantes e bastante violentas, e o ritmo ágil da produção não deixa a peteca cair, mesmo com a duração um tanto excessiva. Sem falar na presença sempre única de Mikkelsen, ator capaz de sempre elevar o nível de qualquer tipo de material. O filme ainda conta com nomes de peso no elenco de apoio, como Vanessa Hudgens (da franquia High School Musical), Johnny Knoxville (da trupe Jackass), e o veterano Richard Dreyfuss (Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Tocaia).

É interessante observar a Netflix expandindo seus territórios de produções originais, e Polar é um dos filmes desta nova onda. De cabeça não me recordo com toda certeza, mas creio que Polar é o primeiro thriller efetivamente de ação com o selo Netflix, ainda que não seja nenhuma sumidade. Entretanto, é um filme que demonstra uma identidade própria e um aspecto menos genérico, tão comuns nas produções Netflix. Sem falar que ter Mads Mikkelsen como protagonista, é sempre um tremendo de um diferencial.

Polar estreia HOJE (25/01), no catálogo da Netflix.

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