Crítica: Spectral (2016)

A Netflix tornou-se uma verdadeira gigante do entretenimento. Expandindo cada vez mais seus domínios, a rede agora investe pesado em conteúdo próprio, variando entre suas já conhecidas e bem sucedidas séries (Stranger Things, Demolidor, Luke Cage, entre outras), e pegando cada vez mais firme em seus longa-metragens, como os recentes Mercy (Chris Sparling, 2016) e I Am the Pretty Thing That Lives in the House (Oz Perkins, 2016), entre tantos outros. Contudo, já é consenso de que a qualidade das séries Netflix não é a mesma de seus longa-metragens, e esta Sci-Fi aventuresca Spectral (EUA, 2016) não é exceção à regra, ainda que seja uma produção tecnicamente caprichada.

Spectral ambienta sua ação em um país fictício do Leste Europeu, onde uma violenta guerra civil está sendo travada. Entretanto, uma ameaça ainda mais perigosa está surgindo em meio ao confronto, materializando-se na forma de figuras espectrais, tão letais quanto qualquer arma de fogo ou explosivo. Quando tais aparições começam a se tornar cada vez mais frequentes, uma equipe de Operações Especiais do Exército americano é enviada ao local, liderada pelo engenheiro militar Clyne (James Badge Dale, de Homem de Ferro 3), que ao lado da agente da CIA Fran Madison (Emily Mortimer, de Ilha do Medo), tentará descobrir o que são exatamente tais aparições, e principalmente, o que é preciso para detê-las.

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Spectral tem um início bem interessante, mantendo o espectador na dúvida sobre o que realmente seriam tais espectros: uma arma de guerra super avançada, ou presenças sobrenaturais em busca de vingança? Aos poucos, entretanto, o suspense vai dando lugar para uma pouco inspirada aventura de guerra com pitadas de ficção-científica que não convence nem um pouco.

Dirigida pelo estreante Nic Mathieu, a produção tem bons efeitos especiais e bom ritmo narrativo, mas o problemático roteiro de George Nolfi (de O Ultimato Bourne e Agentes do Destino) se perde nos clichês do gênero e em alguns absurdos de dar dó. Quando a ameaça é finalmente descoberta e revelada, é duro de engolir tamanha goiabeira, e o que vem a seguir só piora as coisas, onde a trama apresenta algumas soluções ridiculamente improváveis, mesmo para uma Sci-Fi.

Ao menos o elenco é esforçado, e repleto de caras conhecidas, onde além dos citados James Badge Dale e Emily Mortimer, destacam-se ainda Clayne Crawford (o Martin Riggs da nova série Máquina Mortífera), Max Martini (13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi e Capitão Phillips), além do competente Bruce Greenwood (da franquia Star Trek e da ficção Eu, Robô). A batalha final da produção, apesar de vir depois de tantos absurdos na trama, funciona bem, além de ser visualmente impactante.

Entretanto, tais qualidades não são suficientes para salvar este Spectral do resultado decepcionante junto ao público. A produção infelizmente desperdiça uma boa ideia original, em uma condução perdida entre os exageros e os clichês narrativos. Fica para a próxima, Netflix.

Spectral encontra-se disponível no serviço de streaming da Netflix.

Uma resposta

  1. Obrigado ancho que verei. Gosto assistir filmes do gênero de drama e ancho que sem dúvida emocionei quando li Homens de Coragem comentarios, e umo dos melhores que estreou o ano passado com Miles Teller e James Badge Dale, sabendo que foi baseado em eventos reais me deixa impactado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, o elenco é perfeito e fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente.

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