Crítica: The Quake (Skjelvet) | 2018

The Quake

Em 2015, o filme-catástrofe norueguês A Onda (The Wave), foi a sensação nas bilheterias do país, e seu sucesso acabou impulsionando o filme ao redor do mundo, à ponto de colocar seu diretor, Roar Uthaug, no mapa de Hollywood e posteriormente no comando do reboot da franquia Tomb Raider, protagonizado na versão de Uthaug por Alicia Vikander.

A Onda é um filme bem bacaninha, mas que não traz nada que não tenhamos visto em inúmeros outros disaster movies americanos. A única grande diferença é justamente o fato de que A Onda é praticamente um disaster movie americano, só que sem ser americano. Este The Quake (Noruega, 2018), sequência do filme de 2015, basicamente recicla a narrativa do primeiro filme e apenas altera o tipo de desastre. Ao invés de um tsunami causado pela queda de uma montanha acima do fiorde de Geiranger, temos um violento terremoto cujo escopo de destruição é infinitamente maior, e por este e alguns outros motivos, o filme ganha em ritmo e tensão.

The Quake segue na linha do “raio que cai duas vezes no mesmo lugar”, colocando o protagonista e salvador da pátria do primeiro filme, o geólogo Kristian Eikjord (Kristoffer Joner, de O Regresso e Missão Impossível: Efeito Fallout), novamente no centro da ação. Os anos desde o tsunami de Geiranger não foram gentis para nosso herói; ele pode até ter salvo centenas de vidas, incluindo sua família, mas a “culpa de sobrevivente” o abalou profundamente. Separado de sua família, vivendo de maneira depressiva, ele nem de perto parece o herói determinado a alertar o país sobre a tragédia iminente.

Mas ei, um raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar, e Kristian mais uma vez precisa correr contra o tempo, quando faz a aterradora descoberta de que um massivo terremoto está prestes a atingir a cidade de Oslo. Ele sai em disparada na esperança de conseguir alertar as autoridades e o maior número possível de pessoas, e quando a ameaça realmente chega, Kristian embarca novamente em uma jornada para salvar sua família e quem aparecer no caminho, enquanto prédios desabam e fendas enormes se abrem no chão.

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A grande sacada deste The Quake, entretanto, é que ao invés de cair na papagaiada de filmes como 2012 ou o tenebroso Terremoto: A Falha de San Andreas, o filme procura caminhar o mais dentro da realidade possível. E é exatamente por isso que The Quake é tão divertido, e acaba até por ser superior ao primeiro filme. Substituindo Uthaug na cadeira de diretor, John Andreas Andersen (Aventura dos Sete Mares, 2014), constata que o que fez o primeiro filme funcionar foi o fato de que tratava-se de uma abordagem realmente bem norueguesa ao estilo americano de se fazer filmes-catástrofe.

Aqui, o público sabe muito bem que haverá um terremoto, mas The Quake dribla a previsibilidade ao inserir quantidades insanas de tensão, principalmente antes da terra tremer pra valer. É claro que o pânico domina uma vez que rochas gigantes parecem cair do céu e prédios enormes começam a desabar, mas o filme capricha no núcleo narrativo que envolve Kristian e sua família, e também a personagem Marit (Kathrine Thorborg Johansen), a filha de um antigo colega de Kristian que já havia previsto a chegada de um grande terremoto à Oslo.

Recheado de tensão seguida de massiva destruição, The Quake é passatempo ligeiro, porém extremamente bem conduzido, que se aproveita do ótimo ritmo do roteiro da dupla John Kåre Raake e Harald Rosenløw-Eeg, responsáveis também pelo roteiro de A Onda. Mesmo para aqueles que acharem a primeira hora do filme um tanto decepcionante, não se preocupe, a meia hora final deste The Quake é uma das mais alucinantes dos últimos tempos no cinema de ação e aventura. Prepare suas unhas, porque de certo você irá roê-las.

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The Quake não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente através de sistemas de streaming e VOD.

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