Crítica: Willy’s Wonderland (2021)

É simplesmente impossível segurar o riso involuntário quando se lê pela primeira vez a ridícula premissa deste filme de “terror”, em que um antigo salão de entretenimento repleto de antigos arcades é agora ocupado por bonecos animatrônicos em tamanho real estilo Vila Sésamo, todos possuídos por forças malignas. Entretanto, este Willy’s Wonderland (EUA, 2021, 88 min.) tem a seu favor o fato de que não se leva nem um pouco a sério. Também, com uma premissa dessa, como poderia? Especialmente quando seu protagonista é a lenda viva Nicolas Fuckin’ Cage (A Cor Que Caiu do Espaço, Mom and Dad, Cães Selvagens, Mandy, todas críticas disponíveis aqui no Portal do Andreoli), curiosamente em um papel muito mais calado do que o habitual.

Cage interpreta um viajante solitário (cujo nome nunca é mencionado no filme), caladão e com pinta de matador, que se encontra isolado em uma remota cidadezinha quando seu carro quebra. Sem dinheiro para pagar os reparos do veículo, ele aceita passar a noite limpando o Willy’s Wonderland do título, um centro de entretenimento familiar abandonado, em troca do conserto do seu carro. Porém, esta antiga casa de diversão guarda um terrível segredo que “O Zelador” está prestes a descobrir (ainda bem que nós já sabemos o que é!)

Porém, o novo zelador temporário do Willy’s Wonderland não está sozinho, já que uma turma de jovens adolescentes tão atrevidos quanto burros aparece no local na mesma noite, apenas para serem mortos um por um pelas criaturas bestiais cujo líder tem cara de fuinha e se chama Willy. A veterana Beth Grant (Donnie Darko, Velocidade Máxima), interpreta a xerife da cidade, e é ela quem fica encarregada de proferir o monólogo da vez com a grande explicação sobre a história do local assombrado e possessões satânicas em geral.

Segundo o diretor desta obra-prima, o obscuro Kevin Lewis (cujo filme melhor avaliado no iMDb é nota 5.0), sua produção foi influenciada diretamente pela cadeia de fast-food americana Chuck E Cheese, cujos mascotes eram justamente figuras gigantes com formas de animais, que de acordo com Lewis, o traumatizaram profundamente quando criança. Inclusive as canções que por vezes tocam no Willy’s, são paródias dos temas musicais da mencionada franquia. Os mais jovens vão imediatamente associar o filme à série de games Five Nights at Freddy’s, que tem enredo bastante parecido.

Mas é claro, ninguém, nem mesmo eu, assistiria ao filme se não fosse a presença do Deus-mor da interpretação, Nicolas Cage. Cage é (e sempre foi) um dos meus atores favoritos, e mesmo em produções duvidosas como essa, ele faz sua presença brilhar. Obviamente, são dele as melhores passagens deste Willy’s Wonderland, como por exemplo as cenas em que ele insiste em jogar pinball entre uma morte e outra, ou na maneira obsessiva com que ele limpa a grelha da cozinha do estabelecimento, depois de desmembrar uma das criaturas demoníacas do local com um machado. Dizem que quando William Shakespeare escrevia suas peças, ele imaginava todos seus atores com o rosto de Nicolas Cage, que só nasceria centenas de anos mais tarde. Como não acreditar nisso, meu Deus?

Willy’s Wonderland já está disponível nas plataformas digitais.

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Imagens: Screen Media.

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