Heranças Invisíveis

Créditos: CEFERP
Como a Ciência e as Constelações Explicam Nossos Padrões Familiares
Você já se pegou repetindo comportamentos sem entender por quê?
 Talvez seja um medo inexplicável, uma ansiedade que parece ter vindo do nada, ou até dificuldades nos relacionamentos que você não consegue superar. O que pouca gente sabe é que nossas histórias familiares podem estar impressas em nós de maneiras muito mais profundas do que imaginamos.
Hoje, duas áreas tentam desvendar esse mistério: a **ciência**, por meio da **epigenética**, e a abordagem das **Constelações Familiares**. Vamos explorar como cada uma dessas perspectivas explica nossas memórias, medos e padrões que parecem atravessar gerações.

A Ciência da Herança Emocional

A epigenética é um dos campos mais fascinantes da biologia. Ela nos mostra que, mesmo sem mudar nosso DNA, nossas experiências – e as dos nossos antepassados – podem afetar a forma como nossos genes se expressam.
Isso significa que eventos traumáticos vividos por seus avós ou bisavós, como guerras, fome ou perdas, podem ter deixado **marcas químicas** nos genes que foram passadas para você. Essas marcas podem influenciar sua saúde mental, emocional e até sua predisposição a certas doenças.
Por exemplo, estudos com descendentes de sobreviventes do Holocausto mostram que o trauma extremo alterou genes ligados ao estresse. O resultado? As gerações seguintes desenvolveram uma sensibilidade maior à ansiedade. Outro experimento com ratos mostrou que filhotes podiam **herdar o medo** dos pais sem nunca terem passado pelo mesmo trauma.
Além da genética, a psicologia explica que padrões comportamentais são aprendidos. Se sua mãe teve um estilo de apego ansioso, por exemplo, você pode repetir isso nos seus relacionamentos sem perceber. O cérebro cria “atalhos” e respostas automáticas que reforçam esses padrões – como se estivéssemos programados para repetir a história.

 Constelações Familiares: A Herança Invisível

Já as Constelações Sistêmicas, uma abordagem criada por Bert Hellinger, exploram a ideia de que cada família funciona como um campo energético interligado. De acordo com essa visão, traumas, exclusões e padrões familiares podem ser transmitidos inconscientemente de geração em geração.
Em uma sessão de Constelação, facilitadores utilizam representantes para visualizar a dinâmica familiar. De forma surpreendente, esses representantes relatam sentimentos que parecem pertencer a outros membros da família, como se acessassem uma “memória emocional coletiva”. Esse método busca trazer à tona questões não resolvidas e restaurar o equilíbrio dentro da família.
Se, por exemplo, um parente foi excluído da história familiar, um descendente pode, sem perceber, repetir comportamentos que buscam reintegrar esse membro. Isso pode se manifestar em relacionamentos complicados, dificuldades financeiras ou padrões de auto sabotagem.
Embora as constelações sejam reconhecidas no SUS como prática integrativa e aplicadas no Judiciário brasileiro para facilitar acordos, essa abordagem ainda enfrenta críticas da ciência, que exige estudos rigorosos para validar sua eficácia.
Ciência ou Constelação?
Onde as Duas se Encontram
Apesar de terem abordagens diferentes, ciência e constelações compartilham uma visão em comum: nós não somos indivíduos isolados, e carregamos marcas da nossa família, seja no corpo, na mente ou na alma.
A ciência busca provas concretas, enquanto as constelações exploram aquilo que é mais intuitivo e simbólico. Ambas tentam nos ajudar a entender quem somos e como podemos nos libertar dos padrões que nos limitam.
E você? Já percebeu padrões na sua família que parecem se repetir?
 Independente do caminho escolhido, o mais importante é compreender e transformar essas histórias para viver com mais leveza.
Até mais

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