Vida, onde está você?

O olhar sistêmico sobre o suicídio.

 

Você sabia que na visão das constelações sistêmicas familiares, excluir alguém de nosso sistema familiar poderá trazer vários problemas de saúde mental e até o suicídio?

 

Nesta sociedade falar em morte não é algo muito comum, e quando se trata de suicídio existe um verdadeiro silêncio cinzento no ar. Nos escondemos, temos medo ou vergonha e quando menos imaginamos, alguém do nosso lado chega ao suicídio e pensamos que nunca vai acontecer em nossa família, em nossa casa ou com um amigo próximo pensamos que isso é algo que acontecera nos filmes. Nos noticiários. Mas de repente acontece com a gente, acontece na nossa família, e vem a pergunta como lidamos com isso? E principalmente como vivemos após o fato ter acontecido? Porque algo morre no coletivo familiar e ficamos com a culpa, raiva, indignação, críticas, e nada alivia nem resolve.

 

Mas a grande pergunta sobrevive: POR QUE ?

 

Na minha experiência tanto no mercado farmacêutico em saúde mental, quanto na experiência vivida com meu pai, e também com as Constelações posso arriscar dizer que se trata de uma dor que nada cura. Independente do motivo que ocasiona essa dor ela é latente, e vem acompanhada da desesperança, e quando esta se apresenta a vida perde o sentido. A medicina considera possível evitar o suicídio. Mas por que ele cresce tanto ano após ano? E aqueles que não apresentam traços de depressão, ansiedade ou outras questões traumáticas que são alertas? Quantos de nós não vimos pessoas passarem pela tentativa de tirar a própria vida e nunca terem mostrado qualquer traço de desesperança, muito pelo contrário, eram pessoas muito alegres socialmente.

 

Bert Hellinger criador das Constelações Sistêmica Familiar considera que a questão, é profunda.

 

Existem padrões e dinâmicas ocultas que se não forem trabalhadas adequadamente, dão indícios de que uma tragédia pode ocorrer a qualquer momento. Quando olhamos sistemicamente não somos vistos como unidades, pertencemos a um sistema familiar, estamos vinculados a ele, vivos ou mortos. E quando algo no sistema familiar não foi reconhecido, acontece uma repetição de padrões, destinos ou acontecimentos. Falências, Abortos, doenças, acidentes, divórcios, fracassos no trabalho e financeiro, suicídio, pessoas que não casam, não conseguem ter filhos, vícios e outros.

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Há um padrão que tende a se repetir no Sistema Familiar se não for resolvido.

 

Os problemas acontecem quando uma dessas leis é desrespeitada:

 

Pertencimento:

Todos pertencem, vivos ou mortos.

 

Hierarquia e ordem:

Os mais velhos são maiores, os mais novos são menores.

 

Equilíbrio:

Entre as trocas, boas e não tão boas. Entre o dar e o receber precisa haver um equilíbrio onde ambos estejam em paz.

 

Exclusão:

Quando julgamos, rejeitamos, negamos, criticamos, esquecemos, apagamos da memória alguém, nós estamos excluindo-o do nosso sistema familiar. A questão é que num futuro alguém neste sistema familiar ira se identificar com esta pessoa para trazer luz a questão e o sistema de certa forma se equilibrar através do equilíbrio destas leis. Porém antes disso ele repetirá em muitos casos as questões vividas lá atrás por identificação, e somente através do pertencimento reconhecido sendo reintegrado ao sistema, as coisas se acalmam. Mesmo que esta pessoa não esteja mais entre nós. Parece complexo, é em muitas questões é. Mas também é incrível.

 

Existe um amor que cega, que adoece tanto, que faz a pessoa seguir aquele que morreu.

 

Por isso o desejo de pertencer, tanto daqueles que já viveram entre nós quanto dos que ainda estão ao nosso lado, a ilusão de ser herói, a lealdade a alguém e ao sistema, ou o amor cego, muitas vezes leva uma pessoa ao suicídio, e isso, nem sempre está em seu campo consciente, mas em seu inconsciente, onde se faz necessária a dinâmica de constelação para a identificação do problema e sua resolução.

 

Uma visão que pode ser polêmica para os que não estão despertos é quando aquele que vem apresentando dificuldades constantes em sua vida, nos mais variados setores, atrai para si estas dificuldades porque quer morrer também, tem o desejo inconsciente de morrer. E quem quer morrer vai querer realizar sonhos? Ter sucesso para que? Ser feliz para que? Assim atrai para si as dificuldades profissionais e financeira, dificuldades de relacionamentos, doenças, e muitos outros problemas.

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Quando o desejo de morrer é consciente a pessoa irá agir de acordo com o que falamos no início deste texto (frases que chocam e alterações de humor, etc.), aqui, estando atentos é um pouco mais fácil identificar um padrão suicida e sugerir ajuda profissional para a pessoa.

 

Mas na visão sistêmica das constelações quando o desejo de morrer for inconsciente essa pessoa irá provocar doenças constantes em si mesmo, como câncer, depressão, e outros…, ou fazer coisas que coloquem a vida dela e a de outras pessoas a sua volta em risco. Isto continuará se repetindo, prestem atenção nos riscos em que uma pessoa a sua volta se expõe, pode ser um sinalizador. Em geral não tem sucesso profissional, tem problemas constantes em seus relacionamentos, apresenta uma certa dose de tristeza, depressão nem sempre observada facilmente, agressividade, raiva e outros.

 

Qual a solução?

Aceitação e Amor, com tudo que foi, independente do que aconteceu, e como aconteceu. Sem crítica, nem julgamentos. Apenas reconhecendo a importância e concordando com reverência e paz.

Até breve,

Luciana Boucault

Insta: lu@boucault

 

 

 

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