Andrea Ignatti: As voltas que o mundo dá

Os ponteiros do relógio dão voltas. As rodas do carro, da moto e da bicicleta dão voltas. O pião dá voltas. A roda-gigante. As turbinas do avião. As hélices do ventilador. E do helicóptero também. A bola de futebol dá muitas voltas; a de vôlei, a de tênis. O safety car na pista molhada, então! O farol, em alto-mar. A chave, na fechadura. O cachorro, na praça. Eu, na praia.

Quando a gente fala que o mundo dá voltas, nem sempre se lembra da volta original: a volta que o mundo (entenda-se planeta Terra) dá em volta do Sol. Na verdade, a gente quer fazer referência ao ciclo de vida das coisas, ao tempo que as coisas levam para acontecer ― ou para se repetir ―, já que, dando voltas, as coisas voltarão ao mesmo lugar, em algum momento. O mundo é redondo, lembra?

E, quando a gente fala que vai voltar pra casa, é porque existe nessa expressão muito carinho, muito acolhimento, muita saudade, nostalgia, até ― tudo envolvendo o pensamento e a ação.

É assim que alguns meninos do futebol têm voltado para casa: aqueles meninos que a poesia revela terem idade suficiente para voltarem a ler contos de fadas!… E não se riem! Não se sintam ofendidos! É aquele momento da vida em que não precisamos provar nada a ninguém, conquistamos bastante e realmente podemos voltar para casa ― porque já demos volta no mundo, e agora queremos retornar para onde mora o nosso coração.

Rafinha, Filipe Luís e Daniel Alves, em momentos especiais de suas carreiras como jogadores ― e que, naturalmente, estão interligadas com a vida pessoal e a transformam ― voltam a jogar no Brasil-Pátria-Casa-Amada-Time-Do-Coração.

Rafinha tem 33 anos e esteve na Europa por 14 anos, foi apresentado no Flamengo há pouco mais de um mês e, no dia 3 deste mês de agosto, viveu a alegria do nascimento do terceiro filho. A volta para casa, um ‘conto de fadas’, um “viver sempre feliz”!

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Filipe Luís está perto de fazer 34 anos, esteve há 15 na Europa e foi apresentado também pelo Flamengo há pouco mais de duas semanas. O ‘conto de fadas’ que vive? O Flamengo é seu time de infância. Jogar no Flamengo é seu sonho de criança. A volta para casa… Poder se sentir em casa, onde sempre sonhou jogar!…

Daniel Alves tem 36 anos e esteve há 17 jogando na Europa. Foi contratado pelo São Paulo, seu “clube do coração”. Não, não voltou ao Brasil por falta de opção. Não porque está em fim de carreira. Ou porque a ideia era se aposentar. Foi considerado o melhor jogador da Copa América. A volta para casa: jogar onde mora o coração.

Dizem mesmo que a nossa verdadeira casa é onde o nosso coração vive. E que nem sempre o lugar onde moramos é onde o nosso coração está. Mas ele espera… O mundo dá voltas. E, nessas voltas, ele vai morar onde é bem feliz!

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