Andrea Ignatti: Tempos que mudam

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Tem gente que tem medo da mudança. Medo de mudar de casa, de cidade, de país, de emprego, de trajeto pra ir pra casa, de marca de café, de corte de cabelo; talvez por superstição, da cor do esmalte nas unhas, de roupa, até. Tem medo de mudar de mudar a escalação do time. Mudar de time é indiscutível, não entra em questão. O ruim mesmo é quando se tem medo de mudar de ideia, de pensamento, de opinião, de jeito de olhar para as coisas e para as pessoas.

Depois de apenas uma semana da primeira convocação, a Seleção Brasileira de vôlei feminino já recebeu, diferentemente de outros tempos, sete pedidos de dispensa de jogadoras. O sonho de se jogar na Seleção parece que, de algum modo, deixou de ser realmente um sonho, uma prioridade. Qual é o sonho? Qual é o auge? Mas por que os olhos não brilham como brilhavam? Por que existem pedras no caminho?

No vôlei masculino, o líbero Serginho, que estava há nove temporadas no clube mineiro do Cruzeiro, vai mudar de ares: não renovou contrato. Com tanto tempo num mesmo lugar, parece uma atitude surpreendente, ainda mais pelo fato de ter conquistado tantos títulos.

Com o término dos campeonatos estaduais de futebol, sabe o que mudou? Mudaram as expectativas, as esperanças, os ânimos…

Pela Copa do Brasil, o Santos viu o placar mudar consideravelmente no primeiro tempo e o Vasco viu a chance de se classificar. Mas quem “se mudou” para a próxima fase foi

mesmo o Santos. Corinthians foi quem não mudou: eliminou a Chape e segue em frente.

Pela Libertadores, Grêmio também não muda o ritmo de vitória, assim como o Inter. Diferentemente, o Athletico – PR, perdeu, mas garante a classificação; o Flamengo também perdeu, mas segue com chance; o Atlético Mineiro perdeu, segue sem treinador e não segue na competição.

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Muda agora o foco: no final de semana, começa o Campeonato Brasileiro.

O esporte vive de mudança, porque lida com o ser humano. Não é apenas por causa de lugares, de eventos. Erico Veríssimo diz que “Quando os ventos da mudança sopram, algumas pessoas levantam barreiras; outras, constroem moinhos de vento”.

Tomara que a gente possa ter os olhos atentos para moinhos, para enxergar nas mudanças uma oportunidade de melhorar, crescer, aprimorar. O intuito do esporte é sempre dar um passo à frente. E pra superar a gente mesmo.

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