Andrea Ignatti: Eu assumo o lugar do Abel

Abel

Uns nascem jogando futebol. Outros passam a vida sonhando em jogar. Uns aprendem a jogar. Outros amam. Uns ensinam a vencer o jogo. Outros aprendem a ganhar dinheiro. Uns compreendem. Outros odeiam.

Uns dão a cara a tapa nos piores momentos. Outros querem os louros da vitória sem derramar suor. Uns se renovam. Outros se perdem. Uns perdem. Outros não admitem. Uns saem ganhando. Outros não enxergam o portão de saída. Uns entregam o cargo. Outros entregam o jogo.

Uns sabem esperar o momento certo do gol. Outros não saem do banco. Uns sonham mais. Outros treinam menos. Uns se cansam. Outros não se satisfazem. Uns são convocados. Outros ficam invocados. Uns querem o futebol. Outros precisam dele.

Uns fazem planejamentos. Outros fazem de conta que sabem o que estão fazendo. Uns comandam. Outros desmandam. Uns contratam. Outros maltratam. Uns tratam o futebol como negócio. Outros brincam com a sorte. Uns se distraem com o futebol. Outros traem.

Uns bancam treinador. Outros só metem banca. Uns buscam jogador. Outros jogam fora a história. Uns se importam com a história do clube. Outros vivem do passado. Uns fazem outros de bobos. Outros fazem de conta que não percebem.

Uns se especializam. Outros se realizam. Uns desrespeitam. Outros se aproveitam.

O futebol a la xadrez. Abel Braga se antecipou e, visualizando a jogada do ‘inimigo íntimo’, só fez o que o futebol brasileiro tem feito há tempos: tomou para si a ação em vez de esperar passivamente o disparo da nota: “Sorria! Você está sendo demitido!”

Eu assumo seu lugar, Abel. Eu admito: não sei nada de futebol. Mas do jeito que as coisas estão por lá, quem sabe? Quem?

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