Acha que pode tudo. Não tolera ser contrariado. Aos elogios, sorrisos. Quando surgem críticas, fecha a cara, não fala com ninguém. Está mais para menino mimado do que para um adulto que assumiu a responsabilidade de liderar a Seleção Brasileira na difícil trilha rumo ao ouro olímpico.
Não foram poucas vezes na Rio 2016 que torcedores gritaram o nome de Marta em jogo da Seleção Olímpica masculina do Brasil. Neymar não gostou.
Ficou mais irritado ainda quando viu, estampada nos jornais, a foto de um garoto que tinha riscado o nome dele na camisa 10 da Seleção e colocado o de Marta.
A comparação de Galvão Bueno foi inaceitável: “Ela tem cinco Bolas de Ouro, tem todos os títulos. O Neymar pode até vir a ser mais importante do que ela. Hoje, é a Marta. Nesse momento, ela é mais importante”.
Antes mesmo da bola rolar na Olimpíada o craque já tinha mostrado que não gosta de ser contrariado. Ao ser questionado, durante entrevista coletiva, sobre as baladas pré-olímpicas, disparou: “Achei sua pergunta maldosa, mas respondo sem maldade. Você tem que começar a ver o que faço dentro de campo. Minhas coisas particulares são minhas. Tenho 24 anos, tenho minhas conquistas, minhas coisas. Eu tenho amigos, tenho família, por que não posso ir para a balada? Eu posso, eu vou, e não vejo problema nenhum, é minha vida particular”.
Com relação ao que ele faz na vida particular não há dúvida que não interessa a ninguém. No entanto, o capitão da Seleção Brasileira, aceitou o compromisso de liderar o time sub-23 na busca pela primeira medalha de ouro olímpica. Responsabilidade que não é pequena, mas ficou ainda maior pelo fato dos Jogos serem no Brasil.
Parece que Neymar não se preocupou com isso. No período entre o fim da temporada européia e a apresentação na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, ele curtiu a vida adoidado. Em cada balada, um flash publicado nas Redes Sociais do jogador. Não descansou, não se concentrou. Convicto que o talento dele – enorme, aliás – seria suficiente para cumprir a missão com brilhantismo.
O resultado em campo contrariou Neymar. Nem de longe foi o jogador que estamos acostumados a ver. Teve dificuldade para driblar, para dar suas arrancadas rumo ao gol e a pontaria deixou a desejar. Nos três primeiros jogos da Seleção na Olimpíada, tentou 19 chutes. Só nove foram na direção do gol. Menos de 40% de eficiência. Claro, não fez nenhum gol ainda, decepcionando a torcida.
Na partida decisiva do sábado contra a Colômbia, na Arena Corinthians, que vale vaga na Semifinal, corre o risco de ficar fora por causa de contusão no tornozelo. Os brasileiros torcem para que ele vá a campo e, finalmente, jogue.