Cillo- Copa e a reflexão: Saudade é defeito ou virtude?

Quem me inspirou ao texto foi o goleiro Dida, literalmente um gigante debaixo das traves. Uma foto postada por ele, numa rede social, abriu meus olhos a saudade.

Só para citar alguns craques que o Brasil idolatrou em um passado recente, olhe e viaje comigo.

Ronaldo Fenômeno foi um dos maiores que eu tive oportunidade de conhecer na minha estrada atrás da bola. Quando de sua despedida, viajei para Milão para uma série especial sobre a trajetória dele e pude ver duas torcidas rivais e apaixonadas pelo craque Ronaldo. Consegui a proeza de jogar no Milan e na Inter.

Ronaldo também dividiu a Espanha, de Real Madrid e Barcelona, dois gigantes que também idolatram o gênio.

Oliver Khan foi o nome da Copa de 2002, eleito antes da final. Se esperassem a decisão e os dois gols de Ronaldo, Campeão do Mundo, talvez a história tivesse sido contada de outra forma.

Dida foi um gigante, no Corinthians, na Europa, na Seleção. Uma “geladeira”, frieza irritante mas para um gigante das metas.

Kaká, um dos craques que tivemos o orgulho de ver eleito como o melhor do mundo, jogou até outro dia. Não joga mais e o nome disso, para quem o prestigiou em campo, também é saudade.

O que dizer o menino do Jardim Irene ? Cafu é sinônimo de vitória, hombridade, persistência e vitória. Venceu as peneiras, venceu no São Paulo. Venceu na seleção. Um dos nossos eternos capitães. Assim como tantos outros que a memória vai preservar.

Os mais antigos terão viajado comigo até 1970 de Pelé, Gérson, Rivellino, Tostão, Jairzinho. Ou até antes disso.

Tem os saudosos da Copa de 78, aquela que saímos invicto. Aquela de Jorge Mendonça, Emerson Leão e tantos outros.

Alguns vão chorar ao estacionar em 1982. “O futebol não é justo”, choramingam saudosistas, até hoje. Não é mesmo. Talvez fosse lembrada apenas como “ mais uma “ se tivesse acontecido o óbvio. Não aconteceu graças a Itália de Paolo Rossi. Nos tiraram a chance da taça, mas não nossa memória. Valdir Peres, Edinho, Júnior, Cerezo, Zico, Sócrates, Éder. Que seleção. Que saudade.

Tivemos 1986 e a França nos fez cair na realidade. A mesma realidade que impôs a Argentina em 1990. Só em 1994, com um time que não encantou, mas foi pragmático, a coisa aconteceu de novo. Romário, Bebeto. Taffarel, Dunga.

Como é bom lembrar de ídolos que o tempo e a memória curta do nosso povo, deixam passar ao largo. Eu não deixo. A cada foto ou vídeo, eu viajo no tempo. A Copa do Mundo é capaz disso, nos fazer viajar sem sair do lugar.

Que os jovens do nosso Brasil 2018, saibam escrever mais um capítulo da nossa história da melhor maneira possível. Afinal, eles são seres humanos antes de serem atletas. Também devem se emocionar olhando para trás.

Brasil, muito mais pátria perto de uma Copa do Mundo. Isso, o tempo não mudou.

Ah, eu acho que saudade é virtude, não defeito. E você?

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