Cillo: Juninho. O pivô da “volta” da democracia corintiana

Juninho

A reação da torcida fez o time paulista desistir da contratação de um jogador que responde processo de agressão contra a ex-namorada. A democracia corintiana, movimento forte nos anos 80, parece ganhar força outra vez.

O movimento liderado por Sócrates, Casagrande, e outros jogadores alvinegros ganhou a adesão de artistas e intelectuais e ficou conhecido, na época, como “a democracia corintiana”.

Era um movimento pela política do país, mas também para estabelecer regras internas no clube. Jogadores defendiam mudanças na relação com o clube, maior liberdade e tal.
Foi um período que marcou a história do Corinthians.

Agora, reservadas as proporções, a democracia corintiana voltou. Para um caso específico, mas está de volta. Na última semana, a diretoria do clube anunciou a contratação do atacante Juninho do Sport. O atleta do clube pernambucano, no entanto, responde uma grave acusação desde o final do ano passado. O jogador que seria emprestado pelo Sport é acusado de agressão, ameaça e injúria contra a ex-namorada.

Os torcedores do Corinthians fizeram protestos através das redes sociais exigindo que o negócio não fosse concretizado. Eles alegaram que a contratação de Juninho seria uma contradição as campanhas que o clube tem feito contra o marxismo e a misoginia.

Horas antes da negociação entre o clube e o jogador vir a público, o Corinthians tinha postado nas redes sociais uma lembrança pelos 12 anos da lei Maria da Penha que combate a violência contra a mulher.

Pois bem, tanto protesto fez o Corinthians desistir do negócio. O presidente do clube, Andrés Sanches, fez comunicado oficial de que o protesto dos torcedores foi fundamental para que o clube não quisesse mais contar com Juninho.

Juninho seria uma aposta. Em 2016 ele ganhou espaço no Sport. Ano passado em 28 jogos fez seis gols.
Este ano foi afastado por indisciplina.

As acusações contra ele vieram a público em outubro de 2017. Não se trata aqui de acusar ou defender o jogador. Isso fica a cargo da justiça. O caso é que a democracia corintiana veio à tona e prevaleceu a resistência dos torcedores.

Juninho não virá mais. Ele tinha deixado Recife, chegou em São Paulo, quando soube que o negócio estava desfeito. Agora, que a justiça faça a parte dela.

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