“Não precisa explicar. Eu só queria entender”

Bordão do personagem Macaco Sócrates, no humorístico Planeta dos Homens, produzido pela Rede Globo entre 1976 e 1982, volta a ser sucesso entre os corintianos.

Ao tentar explicar a crise financeira do clube – que afeta diretamente o desempenho do time – o presidente do Corinthians, Roberto Andrade, entre outras “pérolas”, afirmou que assumiu a administração de um clube muito endividado.

Ora bolas… Até parece que ele não está entre os responsáveis pelo grande problema…

Andrade faz parte da direção do clube desde 2007, quando foi vice-presidente de Andres Sanches. Na gestão Mário Gobbi assumiu a diretoria de futebol.

Portanto, as decisões que provocaram o enorme crescimento da dívida também tiveram a chancela do atual presidente do Corinthians.

O problema é que a conta não para de crescer. E agora não dá mais para “empurrar com a barriga”. Vai ter que ser paga.

Pelo menos ganhou novos 20 anos para quitar o gigantesco débito com o governo, com desconto de 70% das multas e 40% dos juros.

Só que o benefício governamental estabelecido pelo PROFUT, determina que o clube comprometa, no máximo, 80% da receita bruta com as despesas do futebol.

Meta que exige ginástica financeira de sucesso. Bem diferente da – até aqui – fracassada tentativa de vender os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, emitidos pela Prefeitura de São Paulo para abater metade dos gastos com a construção da sonhada casa própria. As CIDs seguem mofando nos cofres corintianos.

As parcelas do financiamento da Arena, em Itaquera, consomem tudo o que é arrecadado com bilheteria e boa parte dos patrocínios. Daí a “iluminada” decisão de recorrer à velha fórmula de vender jogadores.

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“Não vou fazer loucuras”, diz Roberto Andrade. Frase corriqueira entre antigos presidentes que deixaram o Corinthians 23 anos na fila por um título importante.

Coerente, no entanto, com o perfil do “cartola”, cuja grande experiência em administração e negócios se deu como gerente de vendas de uma concessionária Chevrolet, na zona leste da capital paulista.

Não dá mesmo para esperar soluções ousadas e criativas. Nem acreditar nas palavras dele, que parecem proferidas da boca do “guru” Andres Sanches, que prometeu transformar o Corinthians num dos cinco maiores clubes do mundo até 2016. Promessa vazia, assim como a venda dos naming rights por 400 milhões de reais, que se arrasta desde 2012.

E nada leva a crer que a situação econômica corintiana vai ser muito melhor no ano que vem, como não se cansa de dizer Roberto Andrade.

RAPIDINHA

O futebol exibido pelo time na vitória de 1 a 0 sobre o Fluminense – que valeu vaga na próxima fase da Copa do Brasil – indica que título, em 2016, é difícil. Vaga na Libertadores do ano que vem, também. E o público no estádio segue caindo. Desse jeito sobe a dificuldade de pagar a dívida de construção e manutenção da Arena em Itaquera.

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