Sacheto: Desespero tricolor

A derrota do São Paulo para a Chapecoense, neste domingo, na Arena Condá, em Santa Catarina,  colocou o time agora dirigido por Dorival Júnior em uma situação limítrofe no Campeonato Brasileiro . Matematicamente, a equipe tricolor tem muitas chances de deixar a zona de rebaixamento e até terminar o torneio em uma posição confortável na tabela. Porém, o aspecto emocional pode colocar todos em um redemoinho que dificultará muito a recuperação.

 

O jogo disputado em Chapecó refletiu o momento vivido pelo clube do Morumbi na temporada. A equipe iniciou bem a partida, teve algumas chances para abrir o marcador e virou o primeiro tempo dando a sensação que sairia com a vitória. Mas, a segunda etapa confirmou que a falta de confiança é um dos grandes problemas do São Paulo. O time se perdeu completamente e, após sofrer o primeiro gol, simplesmente implodiu. A organização deu lugar ao desespero, os destaques individuais não apareceram e os nomes que estão chegando não estavam preparados para fazer a diferença.

 

O treinador recém-contratado terá que se desdobrar para encontrar um novo padrão para um time que está sendo remontado no meio uma competição duríssima. Não será fácil,  pois uma equipe em formação oscila e o São Paulo não tem margem de erro. A cada rodada, o time pode se afundar ainda mais no Z-4, algo que trará mais insegurança, descontrole e desespero. Jogadores, comissão técnica e torcedores terão de ser fortes para sair desta situação.

 

E a culpa desse caos é totalmente dos dirigentes são-paulinos. Já faz alguns anos que as administrações do clube têm se esforçado para tirar o time tricolor do patamar de soberano, designação dada pelos próprios fãs e aceita no Morumbi. É preciso uma ducha de humildade e realidade em todos para que o clube volte a levantar taças. Afinal, o último grande título foi conquistado há quase dez anos.

 

O atual presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva, conhecido como Leco, assumiu o comando em um momento crítico na política são-paulina. Para se eleger, partiu para o caminho mais fácil ao usar um dos grandes ídolos do clube como cabo eleitoral e colocá-lo em uma baita roubada. Estou fala do de Rogério Ceni, claro.

 

Era presumível que a inexperiência dele como treinador e a falta de peças no elenco seriam fatores de alto risco para prejudicar a temporada da equipe. E tudo piorou com a venda de jogadores importantes. Mas Leco não se preocupou com o futuro. Pensou primeiro em sentar na cadeira de presidente e talvez tenha imaginado que tudo se resolveria naturalmente,  apenas pela grandeza e importância da camisa. Não é o que estamos vendo.

 

A coisa ficou ainda pior quando o mandatário,  em uma atitude covarde, jogou sobre os ombros de Ceni toda a culpa pelo fracasso do São Paulo no ano – foram três eliminações (Paulistão,  Copa Sul-Americana e Copa do Brasil) ao dizer que o treinador teve todas as condições para fazer um grande trabalho oferecidas pela diretoria. Traição pura. Vergonhosa. Ceni falhou bastante, mas não merecia ser exposto dessa forma pela diretoria.

 

O São Paulo terá 25 rodadas para evitar a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro. Ao menos, as mudanças necessárias na comissão técnica foram feitas rapidamente,  enquanto há tempo. E alguns jogadores estão chegando. Mas não será tarefa fácil. Será preciso equilíbrio,  força e muita harmonia para tirar o São Paulo desta sinuca de bico.

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