Andrea Ignatti: Bola pra frente

Que nos poupem os retranqueiros do seu futebol! Queremos bola pra frente!

Além do mais, a olhadinha pra trás tem que ser rapidinha, só pra ver se não tem ladrão de bola. Não recua, não! Bola pra frente, irmão!

Bola pra frente, que a meta é logo ali. Fixa teu olhar ali.

Quando o jogo começa, queremos jogo novo, emoção nova, alegria nova, novos gols, bola pra frente, aquele brilho no olhar, coração batendo disparado no peito. Toda vez, tudo de novo.

A gente não quer, a gente não gosta de jogo morno, jogo que vem e que não vai, jogo que volta, que rodeia, que anda de lado, que anda com medo. A gente quer, a gente gosta de bola pra frente.

Sabe o que mais?

Quando menos se espera, quando não mais se aguenta, vem aquele tempo ― aquele velho tempo que é tão atual! ― de fazer a substituição… de jogador? Não. De treinador.

Quando vem esse tempo, queremos bola pra frente! Não queremos reviver velhos tempos!

Nossos olhos têm se enchido de esperança, ‘ora, pois’, com Jorge Jesus treinando o Flamengo, e com Jorge Sampaoli, ‘por supuesto’, treinando o Santos. Gente nova, jogo novo, futebol novo.

Há alguns anos, técnicos estrangeiros têm se inserido com maior frequência no futebol brasileiro, o que, em outras modalidades esportivas, já acontece há bem mais tempo. Independentemente do sucesso (ou insucesso) anterior, agora é mesmo bola pra frente. É disso que falamos, que gostamos, é isso que queremos. Novas vozes, novos olhares, novas luzes para o nosso futebol que tem se refratado pelos monitores do VAR. 

Não queremos driblar o passado. História não se apaga. Mesmo porque nosso passado tem muita vitória e um futebol belíssimo, personagens sensacionais e que se tornaram atemporais. Nós queremos bola pra frente: levar pra frente, sempre, o nosso futebol que vem despertando craques, despertando torcedores, despertando o gosto por aprender, por reaprender, por inovar, por renovar. E não por capricho, por modismo. Para abrilhantar o jogo, para encantar a massa, para fazer o show de bola valer sempre o ingresso, para fazer a emoção terminar em grito de gol.

Pra isso, a gente precisa de bola pra frente!

Jesus e Sampaoli estão jogando o jogo que mais gostamos de ver: o “empate técnico” (no nome) que nos tira do velho marasmo, da velha monotonia, da velha rotina.

Gente nova no velho e querido futebol… e bola pra frente!

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