Andrea Ignatti: Final infeliz

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Você acorda, toma banho, toma café da manhã e, tendo ainda o hábito de receber jornal impresso na sua casa, lê o resultado da loteria, do jogo do seu time que você não conseguiu acompanhar e daquela investida política que iria dar um upgrade na vala nacional. Para tudo o que você leu, final infeliz.

Devidamente acordado, à moda moderna, você vai atualizar a sua segunda vida, a paralela, aquela que existe em duplicata e toma você (e toma tudo de você), que é a do smartphone. Avalanche de informações que abraça fortuna de tempo. De repente, você deixou muita coisa de lado. Assim, bem do lado. Deixou passar a mensagem mais importante. Num piscar de olhos, a bateria acaba. Não dá tempo de retificar tanta outra coisa. Final infeliz.

Sai pra trabalhar e seu trabalho é o que lhe dá mais trabalho. Vem a grana, vai o tempo, vem a compensação, vai a alegria, vem o cansaço, vai a energia, vem o descanso, vai curtir o jogo do seu time no fim do dia. Final infeliz.

Copa América começa e, a cada jogo, uma esperança, uma expectativa, até que, chegadas as fases eliminatórias, cada jogo tem um final infeliz. Esta semana, uma conclusão: para dois semifinalistas, vai ser uma final infeliz, de qualquer forma, porque ficaram de fora.

No domingo, diferentemente dos contos de fadas, a final vai ter um final mas não necessariamente feliz, posto que os dois lados da história vão estar disputando a mesma felicidade.

Mas, mais infeliz que isso, é pensar que as coisas todas têm um fim, e pior: um final infeliz.

Que nada! Passa a bola! O jogo não termina quando acaba, se é que você entende o que que quero dizer. Não acaba só porque não foi exatamente feliz do jeito que você desejou que fosse, porque não foi o conto de fadas que você idealizou. Então, segue o jogo. A próxima partida pode ser com o mesmo adversário (ou nem) e você pode vencer. Ser feliz não ter regra. A não ser esta: ser agora.

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