Victoria Salemi: Um jogo emocionante e uma reflexão

Quando, por volta das 16h desta quarta-feira, pensei “acho que essa partida de volta entre Tottenham e Juventus vai ser boa”, eu não achava que veria o espetáculo que vi. Pelo primeiro tempo, realmente, seria apenas isso, boa. 1 a 0 pros ingleses, confirmando a vantagem após o empate com dois gols fora de casa.

Durante o segundo tempo, enquanto eu assistia à partida, uma amiga, que havia chegado há pouco tempo e não é tão fã de futebol, viu o gol de Higuaín, percebeu que eu e outro amigo nos animamos e perguntou: “vocês estão torcendo pra Juventus?”. Ele foi mais rápido que eu, respondeu que estávamos torcendo por um bom jogo e que esse gol ajudaria a disputa pegar fogo.

Mas, novamente, quando pensei num jogo que esquentaria por causa de um gol, não esperava ver a Juve marcando de novo apenas três minutos depois e um resto de partida frenético, com o Tottenham tentando até o último segundo de jogo e a Juventus sem querer abrir mão de jeito nenhum do resultado.

É por jogos assim que a gente espera durante o ano, mesmo quando não são previamente anunciados como uma final antecipada do campeonato.  O legal é ver um futebol vibrante, bem jogado, mas, acima de tudo, com garra dos dois lados do campo. Ver a vibração de Buffon ao ter mais uma chance Champions ao passar foi de comover qualquer um.

Sobre o futebol bem jogado, eu gostaria de abrir aqui um parênteses. Enquanto, nos últimos dias, alterno entre assistir a partidas de estaduais e de Liga dos Campeões, é inevitável pensar na diferença de nível existente de um para outro. Isso é óbvio, mas não estou falando aqui de jogadas elaboradas ou de dribles inacreditáveis. Na última semana me dediquei a observar os passes. Sim, simples passes, nem precisam ser tão ousados. Na Champions, difícil ver um passe errado apenas porque sim. Por aqui, vixe

Pensando nisso, resolvi fazer uma comparação, talvez boba, mas só para ter uma noção da diferença absurda que existe, mesmo sem entrar no mérito de realidades financeiras em cada um dos cenários. Transferindo da realidade do jogador para a de um médico, uma jogada bem trabalhada, culiminando num golaço frente a um oponente de muita qualidade, seria como realizar uma cirurgia delicada. Já o passe, podemos comparar a exames clínicos considerados simples, como medir a pressão do paciente ou auscultar seu coração.

Acertar uma quantidade mínima de passes deveria ser pré-requisito para ser jogador de futebol profissional, não? Não sei se estou querendo demais, mas é algo que tem despertado minha atenção a cada jogo que vejo, seja para o bem ou para o mal.

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