Daiany Barbosa: A origem das cores dos vinhos

O vinho é uma bebida feita a partir da fermentação do suco de uvas recém-vindimadas. Por isso, o vinho é constantemente indicado como a mais natural das bebidas alcoólicas.

A fermentação é um processo natural originado pelas leveduras. As leveduras são organismos microscópicos que vivem naturalmente nas adegas e entre as uvas nas vinhas. Para viver, as leveduras alimentam-se de açúcar, como o que se encontra no suco das uvas, convertendo-o em álcool e dióxido de carbono.

O vinho é muito mais do que apenas suco de uva alcoólico. Há muitas particularidades que influenciam o aspecto, o aroma e o sabor de um vinho, resultando numa ampla variedade de estilos. É isto que nos dá a possibilidade de ter uma grande variedade de escolha quando vamos a um bar, a um restaurante ou a uma loja.

Uma das características do vinho que irei apresentar hoje são suas cores. De maneira geral, quanto à cor, os vinhos são classificados segundo as uvas que lhes dão origem ou de acordo com o processo de produção do vinho.

Os Vinhos Tintos são produzidos a partir de uvas tintas sem retirar a casca no processo de produção: a cor varia do rubi que pode ser mais translúcido ou opaco ao granada mais intenso. Também costumam ser mais secos e com teor alcoólico maior.

Os Vinhos rosés são produzidos com uvas tintas que ficam menos tempo em contato com as cascas durante o processo de fermentação. A diferença para o tinto é que as uvas não permanecem durante todo o processo, sendo retiradas para que o vinho termine sua fermentação somente com o suco extraído. Por isso a sua cor fica “rala” se comparado ao tinto. Podem ir do rosa pálido ao violeta.

Os vinhos brancos não são necessariamente feitos com uvas brancas, sabia? Embora seja mais comum, é possível fazer vinhos brancos com uvas tintas, desde que não utilize as cascas na produção. Eles são feitos a partir do suco da uva, ou seja, as cascas são separadas e eliminadas antes da fermentação para que sua pigmentação intensa não entre em contato com o vinho. Isso faz com que o líquido a ser fermentado não tenha contato com substâncias da casca que, entre outras coisas, acrescentam a cor ao líquido. Os tons vão do amarelo pálido ao âmbar.

É importante ressaltar que os vinhos brancos apresentam quantidades muito inferiores de taninos, uma vez que a fermentação se dá, via de regra, sem a presença das partes sólidas das uvas, de onde se extraem a maior parte dos taninos, ou seja, nas cascas, sementes e engaços. Outro ponto é o tipo de armazenamento e o tempo de conservação que também podem influenciar para a intensidade dos taninos. Quanto mais tempo de guarda, mais suave é a sua presença, tornando o sabor do vinho mais macio e fácil ao paladar.

Resumo da ópera: A cor do vinho vem da casca e não do sumo; é possível fazer vinho branco com uva tinta e nunca vinho tinto de uva branca; já o rosé é feito com parcial maceração das cascas.

Os vinhos brancos, os rosés e os espumantes precisam ser refrigerados antes de serem servidos.

Dica de degustação:

O Sal na comida aumenta a percepção de corpo no vinho, diminui a percepção de amargor e acidez no vinho. O sal é outro componente da comida que pode ajudar a suavizar alguns dos elementos mais difíceis.

 

Uva de hoje

Cabernet Franc – É considerada a prima irmã da Cabernet Sauvignon, embora seja uma versão mais leve e com menos taninos. Em Bordeaux, seu vinho é misturado, sendo muito importante na sub-região de St-Emilion, onde é a uva principal do ilustre Cheval Blanc. Também os famosos tintos do Loire, na França ele é puro Cabernet Franc. Usada no nordeste da Itália, adaptou-se muito bem a serra gaúcha no Brasil, dando bons vinhos. Possui aromas de groselhas e especiarias, entre elas a presença de algo como cominho.

3 respostas

  1. Day acho que uma das belezas do vinho é a sua cor, mas percebi que a ‘cor’ pode interferir no sabor. Será que é por isso que adoro o Rosé apesar do vermelho bem tinto ser muito sex?
    Parabéns pelo artigo e continue nos ensinando cada vez mais.
    Grande??

  2. Independente de questões religiosas e preferenciais, o uso de álcool em pequenas doses diárias pode ser comprovado cientificamente desde Hipócrates, Galeno e Avicena e muitos outros atualmente, inclusive é facultativo seu uso na Pirâmide Alimentar do Adulto recomendada pelo Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA) que merece crédito em todo o mundo… Lembremos que alguns compostos do vinho são derivados da fermentação e não estão presentes na uva… se suco de uva faz muito bem, o vinho é muito melhor ainda! Mas preferencialmente os de boa qualidade! Salute!

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