Iramaia Loiola: Rolha ou Rosca.

Querido Vinho,

 

Tem muita gente que te julga só porque a tua tampa às vezes não é de rolha. Será que o pessoal está certo? Não estão exagerando?

Apesar de já ter escrito em alguma coluna por aqui sobre esse assunto, hoje volto com ele. Afinal, o aprendizado se dá pela repetição de informação. Não é assim? Bem, para mim funciona. (risos)

Antes, as tampas de rosca eram associadas a vinhos de baixa qualidade. Cada vez mais, garrafas de bons vinhos são desrosqueadas em vez de desarrolhadas.

Desde o final dos anos 50, as tampas de roscas estão no mercado. Esta imagem atrelada aos vinhos mais baratos começou a mudar uma década depois, quando enólogos da Nova Zelândia e Austrália começaram a usar essas vedações com muito mais frequência, inclusive para as garrafas de vinhos mais sofisticados.

E, de acordo com os entusiastas das tampas de roscas, a ciência estabelecendo a habilidade dessas tampas de vedação e de boa performance remonta aos anos 80.

Então, qual é a regra prática que faz com que os enólogos escolham as roscas em vez das rolhas?

Cada vez mais, os enólogos preferem as roscas para os vinhos brancos e os tintos que serão bebidos ainda jovens, de acordo com Dave McIntyre, colunista do The Washington Post. E tampas de rolhas para vinhos tintos mais complexos e brancos como os Chardonnays.

Vinhos mais encorpados, mais densos ou complexos como dito acima, se beneficiam da pequena quantidade de oxigênio que a rolha permite ao vinho absorver enquanto está na garrafa. Amacia os taninos, tornando o vinho mais aveludado, portanto mais agradável e acessível aos consumidores.

Uma vantagem da tampa de rosca: em menos de 10 segundos já estamos tomando o vinho. Eu não tenho bons abridores, confesso. Os de casa me dão suador para abrir o vinho. Por um lado, é bom porque já perco umas 100 calorias só na força que tenho que fazer…haha

Mas há uma certa resistência ainda com as tampas de rosca no mundo dos vinhos luxuosos e em especial os de guarda.

Na minha opinião, a tradição fala alto. Outra questão é o ritual de tirar a rolha. Há todo um cerimonial, que nós amantes de vinho adoramos, não é mesmo? E como é que fica a coleção das rolhas? Tenho uma leve impressão de que ainda vamos longe nessa preferência.

Mas aprendemos que em termos de qualidade, podemos ficar tranquilos. As roscas fazem bem seu trabalho. E o que importa, no final das contas, é o sabor, a companhia e claro a música que acompanha o Querido Vinho. A escolha vem do primeiro vídeo que me arrepia. O de hoje foi esse: Can’t Find My Way Home (Blind Faith) – Rachael Price | Live from Here with Chris Thile

 

Um ótimo fim de semana regado a muitos vinhos, se possível e espero de coração que seja. Até a próxima! Cheers!

 

 

Texto baseado nesse aqui →  Cork Versus Screw Cap: Don’t Judge A Wine By How It’s Sealed

Iramaia Loiola

 

Imagem: Freepik

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