O mundo mudou. Nós temos mudado e muito depressa. Acelerados, impacientes, distraídos… Nem sempre conscientes, trocamos presença por pura performance, fé por controle, amor por conexões rasas e de pouca profundidade. E, nessa troca silenciosa e contínua, fomos nos desconectando do essencial.
Só essa constatação já é um convite à pausa. Um freio delicado em meio à correria dos dias. Mas será que conseguimos mesmo parar para olhar para isso com atenção? Quando foi a última vez que você trouxe uma pausa para o seu dia com intencionalidade? Que simplesmente se permitiu ficar em silêncio, sem o celular na mão, sem um cronômetro mental disparando a próxima tarefa?
Vivemos tempos em que o valor do ser humano está cada vez mais atrelado apenas ao que ele entrega, produz, demonstra ou simplesmente publica nas redes sociais. E quanto mais nos exigimos para “performar”, menos espaço nos sobra para estar. A presença virou artigo raro. Estamos juntos, mas cada um na sua tela. Estamos perto, mas distantes no afeto, no que é real.
E o que tudo isso tem a ver com saúde mental?
Tudo.
A mente, o corpo e as emoções vivem em desequilíbrio quando o ritmo de fora engole o tempo de dentro. A ansiedade cresce quando sentimos que nunca é suficiente. O burnout se instala quando confundimos produtividade com valor pessoal. A tristeza se camufla em sorrisos filtrados nas redes. A espiritualidade se perde quando tentamos controlar o incontrolável. E o amor se desgasta quando é tratado como moeda de troca, sem o equilíbrio entre o dar e o receber.
Não é à toa que tantos se sentem exaustos, perdidos, desconectados… Porque, no meio de tanta informação, esquecemos de nos informar sobre nós mesmos.
Quando foi que começamos a viver no piloto automático?
Em que momento paramos de nos perguntar o que realmente importa?
Quantas vezes deixamos de ouvir nossa intuição porque estávamos ocupados demais respondendo às expectativas do mundo?
Estamos hiperconectados digitalmente, mas emocionalmente seguimos nos desconectando de nós, do outro e do presente. E o preço disso tem sido alto.
É urgente desacelerar. Recuperar nosso espaço de presença… do silêncio… do encontro verdadeiro com nós mesmos… do olhar que não julga, que acolhe… da fé que não busca controlar, mas confiar… do amor que não exige nada em troca, apenas é, e se equilibra.
Não se trata de romantizar o passado, mas de lembrar que tecnologia sem propósito vira ruído. Que ritmo sem pausa vira cansaço. E que vida sem sentido vira sobrevivência.
Então, deixo aqui um convite à reflexão:
O que, para você, é essencial?
Como você tem cuidado da sua saúde mental em meio a tanto estímulo?
Que escolhas você pode fazer hoje para se reconectar com o que te nutre de verdade?
Porque, no fim, viver não é sobre correr mais rápido. É sobre saber para onde e para quem estamos indo.
Respostas de 2
Ótima e necessária reflexão… me fez parar, pensar e sentir uma leve culpa. Quem nunca?!
Gostei bastante do texto. Felizmente, aprendi a ‘desconectar’ no ano passado após não estar bem de saúde, assustado.
Mas deixo a pergunta a você…
Você segue esse caminho? Você se ‘desconecta’ e curte teus momentos?
Parabéns!