Não alimente a sua exaustão

Você já teve a sensação de que quanto mais faz, mais parece que precisa fazer? Como se o dia precisasse ter bem mais que 24 horas para dar conta de tudo? Vivemos como se estivéssemos correndo em uma esteira que nunca desliga — sem saber ao certo para onde vamos, apenas seguindo o ritmo frenético. E o pior: corremos olhando para os lados, nos comparando com os outros, esquecendo que cada um tem sua própria jornada, seu próprio tempo. E quando finalmente pensamos em parar, a culpa aparece. “Parar é perder tempo.” “Vou ficar para trás.” “Ainda tem tanta coisa pra fazer…” Como se descansar fosse fraqueza — e não uma necessidade básica.

Você sente culpa quando tira um tempo para si?
Tem dificuldade em simplesmente não fazer nada?
Consegue deitar no sofá e relaxar, ou sua mente já começa a listar o que ainda falta cumprir?

Fomos condicionados a acreditar que nosso valor está no quanto produzimos, no quanto realizamos, no quanto damos conta. É como se só fôssemos reconhecidos, por nós e pelos outros, se estivermos sempre entregando algo. Mas você já pensou o quanto essa lógica nos afasta cada vez mais de nós mesmos?

Tem muita gente que, quando finalmente desacelera, sente um vazio. Um incômodo. Como se estivesse traindo uma expectativa invisível, errando por simplesmente descansar. A verdade é que crescemos associando o “ser” ao “fazer”. Se não estou produzindo, não estou sendo útil. Se não estou sendo útil, perco valor. Passamos a medir nossa importância pela nossa produtividade. E assim, vamos retroalimentando uma exaustão diária.

Mesmo depois de alcançar objetivos, conquistar reconhecimento ou chegar “lá”, não é raro sentir aquele famoso vazio. Mas não é um vazio de ter pouco, é o vazio de ter se perdido de si. A gente se ocupa tanto com as metas, os resultados, os compromissos, que se esquece de simplesmente sentir. Sentir quem somos, o que queremos, o que realmente importa.

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Vivemos confundindo paz com conquistas. Mas paz não se conquista. Paz se encontra, aqui, no presente, no agora.

Quando nos desconectamos da nossa essência, passamos a buscar fora aquilo que só existe dentro. Mais cursos, mais tarefas, mais exigências, mais metas. E nos tornamos presas fáceis dos estímulos externos, sempre tentando tapar o vazio com realizações.

Já se perguntou como você vai estar daqui cinco anos emocionalmente? Espiritualmente? Ou só tem pensado no que vai ter? Nossa mente, muitas vezes, nos arrasta para o futuro e nos prende ao que é material. Mas a verdadeira paz vem quando acessamos quem somos, sem os títulos, sem as conquistas, sem o crachá, sem os papéis que representamos.

Não estou dizendo que você deva abandonar suas metas ou parar de produzir. O ponto é: será que você também tem se permitido ser? Tem se dado o direito de pausar, respirar e restaurar o corpo e a mente sem culpa? Porque quando o fazer se torna contínuo e desenfreado, a gente se perde da própria essência. E aí, de que adianta conquistar o mundo lá fora se estamos desconectados de nós aqui dentro?

Quem é você no silêncio do próprio vazio?

É desafiador, eu sei. Mas é nesse encontro com o que somos, sem fazer esforço algum, que a verdadeira força nasce. A força de não se deixar levar pela comparação, de não se perder tentando agradar, de não adoecer tentando dar conta de tudo.

Então, respira. Desacelera. O mundo não vai acabar se você parar um pouco. Descansar não é luxo, é necessidade. É no intervalo que o corpo se refaz, que a alma se organiza, que o coração escuta.

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Não alimente a sua exaustão. Alimente sua presença.
Porque viver não é uma corrida. É uma travessia. E para continuar seguindo, às vezes, é preciso parar.

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Uma resposta

  1. Claro, Gil! Aqui está o texto revisado com correções de gramática e fluidez, mantendo seu tom original:

    Nossa, fiquei preso nessa leitura. A princípio, não queria aceitar que essa análise parecia ser sobre mim. Sou um prisioneiro dos meus objetivos e projetos de vida; não tenho me permitido relaxar e descansar — sempre há alguma obrigação ou compromisso. Nunca pensei em me permitir um compromisso comigo mesmo. Li esse texto umas três vezes até aceitar que faço parte desse texto. Obrigado Lígia

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