A vida é feita de ciclos, e ao longo deles vivemos relacionamentos e experiências que nos moldam e nos ajudam a crescer. Mas, quando um ciclo se encerra — seja o término de um relacionamento amoroso ou a perda de um emprego —, muitas vezes nos perdemos em questionamentos sobre o que deu errado e esquecemos de algo fundamental: nosso próprio valor.
É comum cairmos na armadilha de buscar culpados ou nos afundarmos em auto culpa, mas isso só nos aprisiona no sofrimento. A verdadeira libertação surge quando percebemos que, independentemente do que aconteceu, somos uma grande conquista e, sim, uma grande perda para quem nos deixou. Reconhecer isso não é arrogância, mas um ato de amor-próprio e consciência. Nosso crescimento individual acontece dia após dia, escolha após escolha.
Se você já decidiu trilhar esse caminho, mesmo que ainda não tenha alcançado o crescimento que acredita ser necessário, saiba que já é diferente por optar por essa jornada. Olhar para suas crenças e investir no seu desenvolvimento é uma decisão corajosa. Reconheça as pequenas conquistas que já alcançou, pois cada passo nesse caminho é digno de celebração.
Quando o desequilíbrio afeta as relações
Veja o exemplo de dois jovens que, apaixonados, decidiram construir uma vida juntos. Ele sonhava com a casa própria, casamento e filhos. Ela compartilhava desses sonhos, mas também priorizava o autodesenvolvimento, entendendo sua importância em qualquer fase da vida. Apesar do amor, os traumas e padrões de ambos foram sendo negligenciados, e o desequilíbrio começou a afetar a relação.
Ela, na tentativa de ajudar, o incentivava a crescer, adaptava suas escolhas e até ajustava os próprios sonhos para incluí-lo. Ele, por sua vez, também a encorajava a crescer e se dedicava com determinação à sua trajetória profissional. No entanto, deixava de lado o trabalho emocional igualmente necessário para que a convivência fluísse com harmonia.
Com o tempo, essa dinâmica fez com que a relação desmoronasse. E, como acontece em muitas situações, o fim trouxe um sentimento de perda e questionamentos profundos. Mas há algo essencial que esse exemplo nos ensina: em qualquer relação, o maior presente que você pode oferecer ao outro é o seu próprio autodesenvolvimento. Você cuida de você, e eu cuido de mim. Essa é a base de toda troca saudável.
Quando colocamos todas as nossas fichas no outro, esquecendo de nós mesmos, caímos no padrão do apego ansioso. Isso não é amor; é medo de abandono. Relacionamentos equilibrados exigem que ambas as partes cresçam juntas, respeitando suas individualidades.
Seja sua maior prioridade
Por isso, após o fim de qualquer ciclo, faça de si mesmo a sua prioridade. Reconheça suas conquistas, valorize o que você traz para a mesa e seja a pessoa que gostaria de ter ao seu lado. Afinal, relacionamentos verdadeiramente saudáveis são construídos por pessoas inteiras, não por metades buscando completar uma à outra.
Olhe para si mesmo e perceba: você é uma grande perda. O outro pode ter decidido partir, mas isso não diminui quem você é, nem o valor que você trouxe para aquela experiência. Assim como a jovem que priorizava seu crescimento, você pode escolher seguir se fortalecendo, aprendendo e se valorizando.
O fim não é o seu limite, é o seu recomeço. Olhe para o espelho e diga a si mesmo: “Eu sou uma grande perda, mas, acima de tudo, sou a minha maior conquista.” Porque você é. Priorize-se, cuide de si e, principalmente, ame-se. Essa é a base para qualquer relação bem-sucedida, seja ela com outra pessoa ou consigo mesmo.
Uma resposta
Você é simplesmente maravilhosa