Kacau: Avatares, os Novos Influenciadores Digitais

Foto de Capa: Reprodução/Instagram/@iamsatiko_

A Inteligência Artificial é uma realidade e uma tendência que veio para ficar, se estabelecendo de diversas formas como um recurso de comunicação e marketing. Para uma melhor comunicação e humanização da marca com o público, o marketing de influência está dando um passo mais ousado, criando ou até mesmo trocando os influenciadores humanos por avatares, ou seja, por influenciadores digitais.

Até pouco tempo atrás, o avatar era apenas uma imagem ou animação com recursos limitados, criado com suas características físicas para representar você em uma imagem ou animação no mundo digital. Hoje, o avatar ganhou vida. Ele fala, se movimenta, se comunica, auxilia e agora também é influenciador.

Em janeiro de 2020, em Los Angeles, antes de começar o lockdown, durante a CES, evento de inovação e tecnologia, a Samsung, apresentou a tecnologia de avatares que utilizam a inteligência artificial, dando a esses avatares, o nome de humanos artificiais.

O que ocorre, é que os humanos, estão se virtualizando, criando extensões virtuais da sua própria pessoa para os canais digitais, já garantindo seu espaço e presença no Metaverso. Mas, há também quem esteja investindo na criação de perfis que não existem e não são reais, dando origem à personagens totalmente digitais.

Para o Marketing, os avatares virtuais fazem parte de uma forma inovadora de se comunicar com o público, levando informações, conceitos e valores sobre marcas e ideias, de uma forma mais abrangente e com maior alcance.

Podemos dizer que o primeiro avatar digital no Brasil, foi a Lu, influenciadora e especialista digital da Magalu. Ela ganhou o carisma e a popularidade do público, tem até perfil nas redes sociais e uma conta bem agitada no Instagram, onde se identifica como influencer  e criadora de conteúdo. Hoje, ela divulga várias outras marcas também, inclusive as que você encontra no Magalu, incluindo produtos de limpeza, higiene, cosméticos, alimentos e vestuário. Sua personagem não deixa de ser uma estratégia de marketing da empresa, visando humanizar a experiência dos clientes do e-commerce do Magazine Luiza.

Foto: Reprodução/Instagram/@magazineluiza

Outro avatar que ganhou vida esse ano aqui no Brasil, foi Satiko, a versão virtual de Sabrina Sato, criada pela startup Biobots, uma startup de criatividade, mais precisamente uma agência de influenciadores virtuais. A apresentadora saiu à frente, já pensando no Metaverso, e afirmou que Satiko viverá experiências que ela não tem tempo de viver, devido à sua rotina de trabalho. A personagem já possui conta verificada no Instagram, é influencer e dona de uma personalidade própria.

Foto: Reproducão/Instagram/@iamsatiko_

Enquanto isso, do outro lado do mundo, outros avatares já ganharam a cena, mas com uma expressão denominada “meta-humanos”, devido à capacidades “extras” que eles tem, justamente por serem robôs, tentando simular humanos ao mesmo tempo em que em seu aspecto físico e comportamental são extremamente realistas.

Entre estes meta-humanos, está Ayayi, uma influenciadora chinesa e criadora de conteúdo digital, não real, criada pela Ranmai Tecnologia. Ayayi trabalhou para o e-commerce da Xiaohongshu e chegou a ultrapassar 3 milhões de views em uma única postagem. Ayayi é tão realista que nem parece ser uma criação digital. Ela já divulgou produtos de grandes marcas e também participa de eventos virtuais.

Foto: Reprodução/Instagram/@ayayi.iiiii

Outro fenômeno virtual é Lil Miquela, uma influenciadora americana de 19 anos, criada por Trevor McFedries e Sara DeCou. No início de sua aparição, Lil gerou certa polêmica e especulações sobre sua origem, com dúvidas dos internautas a respeito dela ser real ou não, mas foi revelada como uma criação realmente digital, porém, não se sabe se foi inspirada em alguém ou aperfeiçoada com imagens reais, porque tudo em torno da criação dela é um mistério, não há muita informação por parte de quem a criou, e aí já começa uma grande estratégia de marketing, o velho truque de manter o público curioso, tirando suas próprias conclusões, mas atento e acompanhando o perfil, promovendo audiência. Em seu Instagram verificado, Lil costuma abordar sobre diversos temas, inclusive os sociais, além de promover algumas marcas da moda. Ela já foi assunto da Vogue, e já lançou até um single chamado Not Mine, que viralizou no Spotify.

De acordo com a foto abaixo, é quase impossível acreditar, mas Lil também não é real, ela é um robô.

Foto: Reprodução/Instagram/@lilmiquela

Entre os meta-humanos mais famosos, além de Ayayi e Lil, não podemos deixar de citar Shudu Gram, a primeira modelo digital produzida em 3D. Shudu também já tem conta verificada no instagram, e atualmente é considerada uma das mulheres mais lindas do mundo. Ela é uma supermodel negra, alta, magra, simplesmente deslumbrante e maravilhosa, criada pelo fotógrafo Cameron-James Wilson.

Assim como Ayayi e Lil, Shudu não é real, foi criada digitalmente e trabalha para editoriais, faz campanhas e posta fotos da sua rotina com looks diários. Seu perfil no Instagram teve o primeiro auge após uma de suas fotos serem compartilhadas pela Fenty Beauty, marca das maquiagens da cantora Rihanna, e imediatamente sua imagem também foi questionada pelo público, por ser perfeita demais.

Foto: Reprodução/Instagram/@shudu.gram

Se observarmos e analisarmos bem as imagens destes avatares virtuais em seus respectivos perfis do Instagram onde encontramos mais fotos, percebemos que o corpo é muito real, e extremamente proporcional à posição dos movimentos com um jogo de luzes magnífico, já no rosto, conseguimos ver traços mais digitais, o que os define como meta-humanos, mas a verdade é que o segredo e os truques da criação pertence aos criadores, que por sinal foram fantásticos e muito perfeccionistas.

Logo, como podemos ver, as redes sociais estão caminhando para o Metaverso, e a vitrine dos influenciadores terá em breve uma forte concorrência dos influencers virtuais, que também são lindos, impecáveis e perfeitos, porém, com a vantagem de terem energia, inteligência, e tempo inesgotáveis, justamente por serem robôs.

Para o Marketing, os influenciadores virtuais são uma estratégia eficaz para expandir o alcance, atuando sem parar, eles são um excelente recurso e uma grande promessa como porta vozes das marcas.

Mas, existem controvérsias e certas polêmicas em torno disso, já que não se tratam apenas de extensões virtuais de pessoas reais, como no caso da Satiko, mas também de avatares que não existem e que são criados digitalmente. Mediante isso, há um grande questionamento por parte de quem acredita que estes perfis vão substituir os influenciadores reais e humanos, em um mercado que já está tão competitivo.

O fato é que ao mesmo tempo em que necessitamos dos avanços tecnológicos, desfrutamos dos mesmos, e sabemos da sua importância para aplicarmos recursos inovadores de marketing, os avatares virtuais são um assunto que nos faz refletir.

Ao acessar qualquer rede social nos deparamos com vários influenciadores do mundo inteiro, com perfis diversos, abordando todos os assuntos, divulgando marcas entre outras informações e fazendo isso sempre de forma inovadora, criando um elo gigantesco e inclusive emocional com o público. Por essa razão, grande parte desse público já questiona realmente a necessidade de termos robôs fazendo o mesmo, e isso é meio que um paradoxo, porque enquanto o marketing enfatiza a inteligência artificial, outra tendência do marketing salienta a importância das marcas valorizarem as “pessoas”, ou seja, os seres humanos.

Enfim, nesse momento ficam algumas perguntas que não querem calar…
O que acontecerá com nós, seres humanos? Seremos substituídos? Trabalharemos para os robôs ou apenas para que eles funcionem? Ficaremos apreciando nos bastidores enquanto eles brilham? OK, sabemos que há uma equipe de humanos por trás de cada robô, trabalhando para que eles possam existir, mas usaremos toda a nossa inteligência e tecnologia para dar vida a uma nova geração totalmente robotizada? Há espaço para todos, humanos e robôs conviverem e trabalharem em harmonia e pacificamente?

Eu penso que a humanidade e o mundo precisam evoluir, mas nem sempre a palavra evolução significa tecnologia.

Será que estamos usando todos os recursos tecnológicos de forma correta ou a nosso favor?

O futuro é quem responderá a todas estas perguntas.

Por Kacau

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