Kacau: Retaliação ao Google faz a empresa anunciar falência na Rússia

Imagem: Alex Dudar

A tensão entre o Google e as autoridades russas não é de hoje.

Em busca do controle da informação e opinião pública, o governo russo tem usado diversas estratégias para tentar impedir que determinados conteúdos sejam divulgados, representando uma verdadeira ameaça para as empresas de comunicação e tecnologia.

O fato é que a filial do Google na Rússia, desde o final do ano passado, vem sendo pressionada a restringir conteúdos e acessos que o governo russo considera ilegais, assim como todo e qualquer conteúdo que apresente uma ideia ou discurso contrários aos do sistema.

Em setembro do ano passado, o Google recebeu uma ordem para remover os resultados de uma pesquisa relacionada ao líder da oposição russa. Além disso, também teve seu escritório invadido pela polícia russa, após se negar a remover da plataforma, um aplicativo usado para o apoio de candidatos da oposição.

E agora, as tensões só aumentaram com o pós guerra. Desde março, a empresa já recebeu várias multas e taxas de execução, além de ter algumas propriedades confiscadas, segundo dados do Serviço Federal de Oficiais de Justiça da Rússia.

O fato é que na semana passada, a agência Reuters divulgou que a subsidiária do Google na Rússia, após ter suas contas bloqueadas pelas autoridades, pediu falência.

⁣O bloqueio se deu por conta da companhia não apagar conteúdos considerados ilegais pelo governo. Contudo, a empresa ainda não confirmou se o pedido de falência foi realmente ocasionado por esse bloqueio.

A retaliação tornou impossível o funcionamento da empresa no país, já que esta não tem mais como pagar funcionários, fornecedores e arcar com suas demais obrigações financeiras, devido ao confisco de suas contas.

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No início da guerra, o Google transferiu boa parte de seus funcionários para outros países e uma grande maioria para Dubai, enquanto alguns permaneceram na Rússia e outros pediram demissão.

Recentemente, segundo fontes do Wall Street Journal, dentro de poucos dias a empresa não terá mais nenhum funcionário contratado atuando na Rússia, o que encerra sua presença comercial no país.

Apesar da declaração e medidas tomadas pela empresa, os serviços gratuitos de pesquisa, Gmail, Maps, Play, Android e YouTube com exceção de alguns canais censurados, continuarão operando.

Ao mesmo tempo em que a Rússia recorre ao controle e censura dos meios de comunicação e recursos tecnológicos para manipular a opinião pública, ela também luta para que as big techs não saiam do país, e esse talvez venha a ser um dos seus maiores desafios caso a guerra não termine.

Por Kacau

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