Fábio Muniz: Eu estou chegando aos 47 anos…

Bom dia meus queridos amigos!

Nesta quarta-feira eu chegarei aos 47 anos.

Se você está me lendo e já passou da casa dos 50, você me dirá: “Fábio, você é ainda um garoto. Aproveite as tuas meninas que são pequenas porque tudo passa muito rápido”.

Se você está me lendo, está na faixa dos 30, você me dirá: “Nossa Fábio, 47? Não parece…”

Se você está me lendo, está abaixo da faixa dos 30, você vai pensar: “Puxa, quase 50!!!”

Você sabe do que eu estou falando.

A vida tem os seus estágios, os seus altos e baixos, os seus desafios gigantescos, cometemos centenas de equívocos, aprendemos com cada um deles…

Talvez você esteja solteiro, quer se casar. Talvez você esteja casado, quer ter filhos para completar a família. Talvez você esteja casado ou casada, e a vida conjugal tem sido um fardo enorme. Você está na iminência de desistir!

Talvez você esteja com filhos pequenos, não consegue mais ter tempo para nada. Talvez os teus filhos estejam grandes, e você diga: “Filhos pequenos, problemas pequenos; filhos grandes, problemas grandes! ”

Olha só: a tradição judaica-cristã nos ensina que “O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa”.

Simples assim.

Eu pessoalmente olho para trás com profunda gratidão. Quem me conhece sabe que aos 4 anos de idade, eu quase perdi a minha vida em Valinhos, quase morrendo afogado. Depois deste episódio, aos 10 anos descobri que eu era completamente surdo do meu ouvido esquerdo…

Assim eu cresci. Assim eu vivi estes últimos quase 40 anos de vida.

Caso você queira saber mais sobre estes episódios tão marcantes na minha infância, e que me colocaram na esteira da existência com um extraordinário poder de dar significado na minha vida ainda que eu fosse tão menino, leia o meu texto no portal “A vida e os seus paradoxos e mistérios”.

Isto posto, eu nunca mais fui o mesmo desde então.

A gratidão pela vida nunca mais parou de crescer pelo fato de eu ter sobrevivido tal experiência de “quase morte”.

Eu tenho aprendido a ser grato pelo lar que tenho. Eu tenho aprendido a ser cada vez mais grato pelos amigos que me cercam. Eu tenho aprendido com o “pão nosso de cada dia”. Eu tenho também aprendido com a dor, com as minhas sombras, com os meus sustos que brotam dentro de mim e eu não os conhecia. Eu tenho aprendido com as experiências de profundas desilusões daqueles que um dia disseram ser meus amigos, mas não eram “tão amigos” assim…

Conquanto eu esteja fazendo uma viagem para dentro enquanto eu escrevo estas linhas, eu sei que muitos de vocês estão se identificando com muitas destas linhas.

A crise dos 40. A vida que começa aos 40. Todos estes chavões e ditados populares apenas ratificam em grau maior ou menor a experiência de cada um de nós.

Certamente ser pai é uma das maiores alegrias e privilégios que tenho. A Sophia (8) e a Júlia (5) me ensinam a ver a vida com leveza e gratidão

A vida não pára. A vida segue. Cada um de nós vivemos a nossa jornada diferentemente, mas misteriosamente temos milhares de semelhanças independentemente da cultura, idioma, raça, cor e convicções tão pessoais tais como a vida, a morte, a espiritualidade… de modo que uma destas milhares de semelhanças tem a ver com o fato de que todos nós estamos envelhecendo. Ponto. Simples assim.

Todos os dias células morrem, a nossa pele envelhece, já não temos a mesma energia que tínhamos antes, nos tornamos mais lentos, já não conseguimos mais memorizar tantos poemas…

De qualquer forma, a sabedoria e a experiência nos ensinam a viver um dia de cada vez.

Isto posto, peço a Deus tal sabedoria e graça, discernimento aguçado, e sobretudo, um espírito grato pelo que tenho e pelo que não tenho, pois inúmeras vezes somos salvos pela desgraça da dor, e da perda.

Somos salvos pela suposta perda, para não perdermos verdadeiramente aquilo que seria perdido “para sempre”. Até porque, o que chamamos de perda hoje, no futuro percebemos que foi um grande ganho, pois tal perda caso se tornasse um ganho, nos tiraria a sensibilidade e o olhar generoso, tanto quanto o nosso amor para com o próximo.

Em última analise, não temos tudo o que queremos, mas peço a Deus para que tenhamos tudo o que necessitamos. Isto nos basta.

Mais um ano de vida. Mais um ano de gratidão por celebrar este momento ao lado da minha esposa que tem me inspirado a viver a vida com sincera paixão, e muita alegria

É assim que me sinto hoje ao comemorar mais um ano de vida nesta quarta-feira, 1 de Junho.

Um beijo grande a todos vocês. Até a próxima!

Fábio Muniz

Collonges-au-Mont-d’Or

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem 01: Montagem Rachid

Imagem 02 e 03: Arquivo pessoal do colunista

5 respostas

  1. Filho muitos anos de vida!
    Sabedoria e discernimento!
    Você é um abençoado e um abençoador.
    Você é um presente de Deus para mim!
    E um presente de Deus para o MUNDO.
    TE AMO.
    SOU A MÃE MAIS FELIZ DO MUNDO

    PARABÉNS

    1. Obrigado, mãe!
      Parabéns para você também. Muitos anos de vida! Já que o teu aniversário é no dia 2 de Junho, um dia depois do meu 🙂
      Um beijo grande.
      Fábio

  2. PARABENS!!! antecipado meu irmão. A cada ano que pasa somos mais dignos de receber esse cumprimento, pois a jornada se torna mais estreita. Tenha uma ótima semana e um ano repleto de nova idade. Abç.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens