Fábio Muniz: Gênesis em 5 minutos!

Me parece que o Gênesis é a bola da vez.

Antes de você me perguntar. A minha resposta é…

Negativa. Peço desculpas, mas eu não assisti a nenhum capítulo da novela da Record ?

No entanto, na semana passada fiquei sabendo que eles começaram uma novela sobre o Gênesis. A minha filha Sophia de 7 anos tem assistido um seriado sobre o Gênesis também. A minha esposa antes de ontem me disse que estava lendo Gênesis 12 também. E para confirmar que a bola da vez é o Gênesis…

Nesta semana, no meu mestrado, o meu professor nos pediu 4 trabalhos sobre o GÊNESIS! ?

Portanto, se a bola da vez é o Gênesis, eu não poderia perder esta chance de marcar um gol de cabeça no portal do meu amigo Andreoli.

Você está pronto para esta viagem?

Vou tentar fazer um lançamento rápido e em profundidade “à la David Beckham”…

Há muito tempo, talvez milhares, milhões ou bilhões de anos atrás, não importa se durante 7 dias literalmente ou não. Para mim que sou apaixonado por ciência e moro ao lado do maior acelerador de partículas do mundo…

Eu diria, não importa o fenômeno por trás do Gênesis. Não importa se com Big Bang ou sem Big Bang. Para mim que vejo a espiritualidade e a ciência não se chocarem, o que vale é bola na rede, e portanto; importa SIM que o Criador, Deus, a Origem de tudo e de todos fez o Universo e soube chamar cada uma das bilhões de estrelas pelos seus respectivos nomes.

Dito isto, Deus criou o universo e foi bom.

Isto posto, Deus criou os animais e foi bom.

Concluindo, Deus criou o homem e a mulher. E foi muito bom!

E assim, Ele descansou.

Adão e Eva deveriam desfrutar do jardim. Tudo estava disponível para eles. A única coisa que não estava disponível era um fruto. Era o início da tal psicologia do “fruto proibido”. O que não é permitido fazer, provoca um desejo incontrolavelmente exacerbado no interior do homem.

Assim aconteceu.

O jardim era verde. Mas, parece que o jardim do vizinho sempre é “mais verde”…

Eva foi enganada pela serpente. Eva falhou. Adão falhou. Ambos falharam.

Bye-bye Éden…

Foi o começo do fim e o fim do começo.

Ambos foram expulsos do jardim. Adão perdeu o seu emprego como “jardineiro”.

Ora, a partir deste casal, o Gênesis nos conta que dois irmãos nasceram. Por razões que não posso entender, pois eu não sou “Secretário da Santíssima Trindade”, Deus aceitou o sacrifício de Abel, mas não o de Caim.

Caim matou Abel. Foi apenas o início de tanta dor, inimizades, incompreensões e relações disfuncionais entre irmãos. A perversidade aumentou e os anjos se despiram dos seus trajes originais e cobiçaram as belas filhas dos homens.

Uma raça híbrida nasceu, inteligente, forte, mas pervertida. Esta é uma estória contada entre os judeus, sumérios, entre os mitos gregos e entre todos os povos e civilizações antigas da Terra. Anunakis, gigantes Titãs, Viracocha ou Nephilim, o testemunho antropológico coincide com o Gênesis.

Deus ficou triste. Deus ficou muito triste. Deus ficou desapontado. Deus se arrependeu de ter criado os seres humanos. Eu também teria me arrependido. Bem-vindo a bela linguagem antropomórfica para expressar o sentimento de Deus no começo de tudo. Não é à toa que Gênesis significa o começo, a origem, o nascimento, o início…

A inundação veio. O dilúvio.

Tudo foi destruído em 40 dias: exceto Noé, a sua família e alguns animais.

A terra está pronta para recomeçar. Tudo é novo. Quase tudo. O ser humano é irreparável. Noé tomou “um porre”. Me perdoe a expressão. Mas, ele “encheu a cara”. O filho de Noé; Cão, foi um “cão” mesmo! Viu o pai nu e “sabe lá Deus o que realmente aconteceu”. ?

O fato é que o “velho” levantou do “porre” e amaldiçoou o pobre do Cão.

Temos que seguir….

Os seres humanos decidiram construir um “Empire State building” para alcançar a Deus. Deus decidiu confundi-los devido ao seu orgulho e arrogância. Muitas línguas vieram ao mundo. Desta vez tenho que dizer que “a batata assou para mim…”

Agora eu tenho um grande problema. O idioma Francês é o meu sexto idioma e estou “arranhando” e tentando aprender o sétimo: Árabe! Parem o Gênesis. Já não dá mais.

Mas é apenas o começo. Tem ainda que piorar muito para melhorar…

Por que Deus não destruiu tudo de novo?

Ele prometeu que jamais destruiria tudo novamente. As minhas filhas que nos digam o quanto gostam de desenhar e buscar o belo arco-íris depois de uma forte tempestade.

No Gênesis o que não existe é a poesia e nem o romance. Tudo é primitivo. Tudo é bárbaro. Tudo é feito antes que tudo fosse escrito em tábuas de pedras e leis “hamurabianas”.

Não havia direitos humanos. Não havia crise psicológica de ir para a guerra e depois voltar com os traumas “pós-guerra do Vietnã”. Lá, matava-se e voltava para casa como se nada tivesse acontecido. Os “melhorzinhos” daqueles dias eu jamais apresentaria à minha esposa e filhas 🙂

Surge Abraão. Abraão tinha fé e deixou a sua casa, terra e parentela para procurar uma nova terra. Pena que Abraão mentiu uma vez. Na verdade, Abraão mentiu duas vezes sobre Sara.

Afinal, Sara era ou não a irmã de Abraão? Era uma meia-verdade. Mas, afinal vale ou não vale a tal da meia-verdade?

Não! Não vale.

Meias verdades não valem nem há milhares de anos atrás, nem hoje no século XXI.

Ele falhou. Ele mentiu. Ponto final.

Pecado é pecado. Não há meio pecado.

O que é pecado, Fábio? Pecado é errar o alvo. Simples assim.

Eu e você erramos o alvo todos os dias. Não há um justo sequer. Todos falhamos.

Abraão, o pai da fé, também falhou!

Ele agiu por medo, não pela fé, embora ironicamente seja o pai da fé.

Ele teve um filho, Ismael; não de Sara a sua esposa, mas de Hagar.

Agora eu tenho um novo problema. Eu tenho que estudar hebraico no seminário por duas razões: 1) a culpa é de Babel; e 2) a culpa é de Abraão!

Aliás, Abraão quase matou o seu filho. Nos 45 minutos do segundo tempo o jogo virou. Aliás, Deus marcou o gol na prorrogação. Providenciou o sacrifício. Providenciou o cordeiro. Não consigo entender o que aconteceu. Ninguém consegue entender. Já sei! Chamem o meu amigo Soren Kierkegaard. Ele poderá explicar o drama existencial e psicológico, religioso e cultural melhor do que a maioria esmagadora dos teólogos e acadêmicos.

Isaque teve dois filhos. Jacó e Esaú. Já vi este filme antes. Os irmãos não se davam bem. Mentiras, intrigas, ciúmes e outra vez….

Espere! Desta vez eles não se mataram. Mas, Jacó enganou ao seu irmão. Não uma vez, mas duas vezes! Parece brincadeira, mas a sua mãe Raquel ajudou no plano maquiavélico para enganar ao seu velho Pai Isaque. Que confusão. Deus me salve desta família!

Não foi o fim.

Deus manteve as suas promessas e não desistiu dos seres humanos. Eu já teria jogado a toalha há muito tempo…

Era a hora do troco. Jacó ia receber a resposta da vida. A vida é um grande bumerangue. A lei da vida é assim. Jacó recebe o troco de nada mais, nada menos do que o seu sogro, Labão.

Labão de “lobão” e esperto tinha tudo. Jacó trabalha 7 anos para casar com a linda Raquel, mas acaba se casando com a feia Lia. Calma. Não sou eu quem estou dizendo que a garota era feia. É o Gênesis que diz que Lia era feia demais! 🙂 Eu não sei. Eu nunca vi nenhuma foto da Lia no Facebook. Seja lá como for, vida que segue!

Pois bem, o fato é que Jacó foi enganado por Labão.

Finalmente casou-se com a Raquel depois dos 7 outros anos de trabalho. O nome do tal Jacó mudou. As promessas de Deus ainda estavam vivas. Jacó não seria mais chamado Jacó; o seu nome se tornou Israel.

Jacó lutou com Deus. É o início da sua conversão.

Você me pergunta, “Fábio, o que é conversão? ”

Conversão é mudar o rumo. Conversão é mudar de direção. Conversão é uma retomada radical de 90 graus.

Jacó e Esaú se reconciliam. Um novo “gênesis” se inicia entre eles. Mas o princípio está longe do fim. O Gênesis acaba de começar.

Vemos mais conflitos entre irmãos. Outra vez? Sim, outra vez!

Agora a bola da vez é o José e os seus irmãos.

Você já sabe. O paradigma se repete…

Mentiras, ciúmes, intrigas…

Parece que José tinha “poderes sobrenaturais”. José tinha um dom inegável. José se torna refém dos seus dons. Seus “poderes sobrenaturais” fazem do pobre e bom José um escravo no Egito. No entanto, os mesmos “poderes sobrenaturais” agora o salvam.

Sua fidelidade e temor a Deus o salvavam de uma “pisada na bola” com nada mais, nada menos do que a belíssima mulher de Potifar. José que não era patife, mas admirado por Potifar, da prisão se torna o segundo comandante do Egito abaixo do tão poderoso Faraó.

A vida volta a ser um grande bumerangue. José fica cara a cara com os seus irmãos. José teve a oportunidade de dar o troco, mas escolheu vencer o mal com o bem. Ele perdoou os seus irmãos. O perdão é a única ferramenta para quebrar a maldição e a cadeia de intrigas, mentiras e enganos de qualquer família disfuncional.

O perdão de José produziu o inimaginável no coração do seu irmão Judá. Judá se tornou gente. Judá se tornou um ser humano capaz de sentir empatia e compaixão. Judá se tornou fundamental na gênesis da linhagem genealógica de Jesus. É de Judá que nasce as 12 tribos de Israel. É de Judá que o rei Davi surge. É de Judá que o Leão da tribo de Judá, Jesus, nasce em Belém.

Quem disse que Jesus veio de uma família perfeita?

Deus me livre disto. Eu jamais diria isto.

Basta olharmos para a árvore genealógica de Jesus e ficaremos cara a cara com incestos, assassinatos, adultério, tramas, mentiras e muito engano. Tamar, Raabe, Jacó, Davi e Bate-Seba que nos digam.

O Gênesis é apenas e tão somente o começo…

É o início da história humana.

É o espelho mais honesto de cada uma das nossas idiossincrasias e das nossas famílias. Só falta a coragem de ficarmos na frente deste espelho que reflete a nossa cara todos os dias.

Isto posto, Adão e Eva somos nós.

Adão e Eva somos eu e você.

Sim. Eu e você que desde sempre queremos comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Tenha um bom início de semana! Ou seja, um bom “gênesis” 🙂

Até a próxima.

Fábio Muniz

Lyon, França

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